Publicado em: 01/10/2025 às 07:30hs
Segundo o diretor de engajamento da Kron Digital, Marcos Pinotti, a Inteligência Artificial (IA) vem transformando a agricultura brasileira, oferecendo soluções capazes de aumentar a produtividade, a sustentabilidade e a eficiência operacional. Especialistas do setor afirmam que essa tecnologia está no mesmo patamar de revoluções históricas, como a mecanização e o plantio direto. A diferença é que, hoje, a “semente” é de dados, e a colheita resulta em decisões e resultados mais precisos.
Tratores autônomos, sensores de umidade do solo e sistemas de monitoramento preditivo já não são mais experimentos isolados. Ferramentas de IA permitem identificar ameaças, otimizar aplicações de insumos e reduzir o uso de mão de obra e produtos químicos, trazendo benefícios diretos ao meio ambiente.
“Estamos diante de uma nova revolução, onde a Inteligência Artificial converte incertezas em oportunidades e pavimenta o caminho para uma agricultura mais produtiva e sustentável”, afirma o diretor de engajamento da Kron Digital.
Apesar das vantagens, a adoção da IA enfrenta desafios no campo. Segundo estudos da McKinsey, os principais obstáculos são custo inicial elevado (52%) e retorno financeiro incerto (40%).
Uma abordagem gradual pode mitigar esses riscos: iniciar com aplicações simples, como irrigação automatizada, que combina sensores de solo e algoritmos de IA para controlar irrigadores com precisão, economizando água e aumentando a produtividade desde o primeiro ciclo.
A formação de equipes multidisciplinares — unindo agrônomos, produtores e desenvolvedores — e a criação de bases de dados sólidas são essenciais para traduzir necessidades do campo em soluções técnicas confiáveis e customizadas.
Enquanto humanos lidam com variáveis limitadas, a IA analisa grandes volumes de informações em tempo real, transformando dados complexos em decisões práticas. Modelos preditivos utilizam sensores de solo, imagens de satélite e dados fenológicos para antecipar janelas de plantio, otimizar aplicações de insumos e gerar alertas de risco confiáveis.
Essa capacidade torna o produtor mais resiliente frente às mudanças climáticas e mais independente em suas decisões estratégicas.
O uso de IA é visto como ferramenta estratégica diante de escassez de mão de obra, volatilidade climática e pressão sobre custos. Relatório da Markets and Markets projeta que o mercado global de IA na agricultura crescerá de US$ 1,7 bilhão em 2023 para US$ 4,7 bilhões em 2028, com taxa anual superior a 23%.
Investimentos em IoT agrícola e drones com IA também aceleram a digitalização do setor, com projeções de mercado de US$ 20 bilhões para IoT agrícola e mais de US$ 6 bilhões para drones ainda em 2025.
Tecnologias como tratores autônomos, drones com visão computacional e sensores de solo inteligentes transformam cada hectare em uma unidade produtiva autônoma. Ferramentas de Taxa Variável (VRT) permitem aplicar insumos com precisão, reduzindo desperdícios, aumentando produtividade e mitigando impactos ambientais.
O diferencial competitivo está na personalização em escala, integrando o conhecimento agronômico tradicional com a capacidade computacional para decisões baseadas em dados.
A revolução silenciosa nos campos brasileiros mostra que a agricultura do futuro combina experiência de campo, análise preditiva e automação de precisão. O sucesso dessa transição depende de colaboração estratégica entre produtores, indústria, tecnologia e ciência, promovendo uma gestão eficiente, sustentável e competitiva globalmente.
Fonte: Portal do Agronegócio
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