Conectividade e Digital

Agronegócio 4.0: produtividade digital exige proteção contra ciberataques

Modernização do agro aumenta vulnerabilidade digital


Publicado em: 21/10/2025 às 09:00hs

Agronegócio 4.0: produtividade digital exige proteção contra ciberataques
Foto: Adobe Stock

Com a transformação do setor agrícola em Agronegócio 4.0, sensores inteligentes, drones, plataformas em nuvem e máquinas autônomas passaram a integrar o ciclo produtivo, segundo Eduardo Gomes, gerente de Cibersegurança da TÜV Rheinland. Hoje, a disponibilidade de alimentos depende tanto de redes e servidores quanto das condições climáticas, o que expõe o setor a riscos cibernéticos cada vez maiores.

De acordo com a agência Food & Ag ISAC, especializada em monitoramento de ameaças digitais ao agronegócio, 44 ataques de ransomware foram registrados globalmente no segundo trimestre de 2025. As consequências de uma interrupção podem ser graves: afetam prateleiras de supermercados, preços internacionais e a confiança dos consumidores.

No Brasil, o agronegócio representou 23,2% do PIB em 2024, englobando insumos, agroindústria, logística e serviços, reforçando a necessidade de proteger tanto a produção física quanto a digital.

Por que o agro é alvo de ciberataques

A Agricultura 4.0 envolve soluções de Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial, monitoramento climático e colheitadeiras conectadas, segundo a PWC (2025). Hoje, 45% das empresas brasileiras do setor usam IoT, contra apenas 9% da média nacional, e 36% aplicam inteligência artificial.

Essa digitalização gera eficiência inédita, mas também expande a superfície de ataque digital. Sem proteção adequada, sistemas vitais — como plataformas de gestão agrícola, irrigação automatizada e logística de exportação — podem ser interrompidos por cibercriminosos, causando prejuízos operacionais e financeiros.

O Food & Ag-ISAC identificou 26 grupos de ransomware ativos globalmente, com foco em roubo de credenciais e ataques direcionados a empresas de alimentos e agronegócio.

Estratégias essenciais de proteção digital

Segundo especialistas, a cibersegurança deve ser parte integrante da produção agrícola. Entre as medidas recomendadas:

  • Separar redes corporativas das operacionais;
  • Proteger acessos remotos com autenticação multifator;
  • Manter rotinas de backup confiáveis;
  • Desenvolver planos de resposta a incidentes e realizar simulações periódicas;
  • Adotar padrões internacionais, como ISO 27001 e o framework NIST;
  • Realizar auditorias independentes e certificações de segurança para validar resiliência.

Essas ações reduzem significativamente o risco de que um ataque em um único ponto comprometa toda a cadeia produtiva e garantem confiança de parceiros e consumidores.

Cibersegurança é sinônimo de produtividade e segurança alimentar

Proteger a infraestrutura digital do agronegócio é garantir a continuidade da produção e a segurança alimentar em escala global. A adoção de medidas robustas de cibersegurança permite ao Brasil manter sua posição de potência agrícola em um cenário cada vez mais conectado e vulnerável.

Fonte: Portal do Agronegócio

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