Biotecnologia

Senador Rodrigo Rollemberg visita obra para construção do novo Banco Genético da Embrapa

Cerca de metade do investimento – mais de R$ 6 milhões – é resultado de emendas parlamentares de sua autoria


Publicado em: 14/11/2013 às 17:10hs

Senador Rodrigo Rollemberg visita obra para construção do novo Banco Genético da Embrapa

O senador Rodrigo Rollemberg (PSB / DF) visitou hoje (14/11) pela manhã as obras para construção do novo Banco Genético da Embrapa, localizado na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 47 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em Brasília, DF. O Banco é pioneiro no Brasil, pois vai abrigar em um mesmo espaço, pesquisas de conservação e uso sustentável de recursos genéticos de plantas, animais e microrganismos. Acompanharam o senador, o diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Ladislau Martin Neto, e o chefe-geral da Unidade, Mauro Carneiro.

Cerca de metade dos investimentos utilizados na construção do novo prédio (R$ 6.200.000,00) é resultado de emendas parlamentares de autoria do senador. A outra metade é de responsabilidade da Embrapa. O Banco deve ser inaugurado no primeiro trimestre de 2014.

Rollemberg ficou muito satisfeito com o andamento das obras e, mais do que isso, se disse impressionado com a magnitude do novo espaço e a importância do trabalho para a sociedade brasileira. “Vale a pena investir recursos na Embrapa. Os resultados são objetivos, transparentes e determinantes para a população”, afirmou o senador, lembrando que o novo Banco Genético da Embrapa tem como missão principal contribuir para garantir uma alimentação mais farta e saudável para as gerações atuais e futuras, pois nele está guardada a base para o desenvolvimento da pesquisa agropecuária: os recursos genéticos

Recurso genético é a parte da biodiversidade que apresenta valor real

ou potencial para a humanidade. O Brasil é privilegiado em relação a esses recursos, já que a sua biodiversidade compreende 20% de todas as espécies de plantas, animais e micro-organismos do planeta, o que representa o maior patrimônio biológico do mundo.

O conhecimento e conservação desses recursos são fundamentais para garantir a sustentabilidade e a segurança alimentar da população brasileira e, por isso, várias instituições brasileiras, incluindo unidades da Embrapa, empresas estaduais de pesquisa, universidades, entre outras vêm investindo no desenvolvimento de pesquisas e ações para assegurar a conservação e o uso adequado dos recursos genéticos no país.

A garantia dos trabalhos de melhoramento genético e a segurança alimentar das futuras gerações depende da conservação dos recursos genéticos em condições adequadas.

A Arca de Noé do século XXI

O novo Banco Genético da Embrapa pode ser comparado a uma Arca de Noé. Mas, diferente da arca tradicional, que salvou os animais do dilúvio, a Arca de Noé da Embrapa é moderna e conserva não apenas animais, mas também plantas e micro-organismos.

O novo espaço vai praticamente quadruplicar a atual capacidade de armazenamento de sementes da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, de 250 mil para 750 mil amostras de sementes.

Banco de sementes é o maior do Brasil e da América Latina

Mesmo antes da inauguração do novo prédio, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia já possui o maior banco genético de sementes do Brasil e da América Latina, com cerca de 160 mil amostras de sementes de aproximadamente 670 espécies, sendo a maior parte de importância para a alimentação.

As sementes estão conservadas em câmaras frias a 20º abaixo de zero, onde podem permanecer por até 100 anos, desde que sejam feitos testes periódicos para testar a sua capacidade de germinação.

O banco funciona como um backup de todos os bancos de conservação mantidos pela Empresa nas diferentes regiões brasileiras, o que o torna um manancial genético à disposição dos cientistas para o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias com características de interesse da sociedade, como por exemplo, resistência a pragas e doenças; tolerância a estresses climáticos e maior teor nutricional, entre outras aplicações.

Para que se possa compreender melhor a importância do Banco de conservação de sementes, ou Coleção de Base, como é conhecido no meio científico, é como se ele fosse o Banco Central brasileiro, onde são depositadas amostras de todas as espécies vegetais que fazem parte dos diversos bancos mantidos pela Embrapa em todo o país.

Prédio vai abrigar também outras formas de conservação de espécies alimentares

Além das câmaras frias, o novo prédio vai abrigar também todas as outras formas de conservação de plantas fora se seu local de origem, o que se chama cientificamente de conservação ex situ.

Uma delas é a conservação in vitro. Essa forma é utilizada para aquelas espécies que se propagam vegetativamente por mudas e cujas sementes não suportam baixas temperatura e umidade.

O banco de conservação in vitro da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia conta hoje com mais de 15 espécies conservadas.

Entre essas espécies incluem-se: abacaxi, aspargo, cará, ginseng-brasileiro, morango, batata-doce, mandioca, menta, orégano, batata, estévia, baunilha, videira e inhame.

Banco genético da Embrapa conta também com recursos genéticos animais.

Serão mantidos no novo prédio os bancos de conservação de sêmen, embriões, DNA e de tecidos. A conservação e uso sustentável de recursos genéticos animais é uma das prioridades da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia desde a década de 80.

As raças de animais domésticos de interesse agropecuário conservadas pela Embrapa estão no Brasil há séculos, muitas desde a época da colonização e, por isso, são chamadas de locais ou naturalizadas.

Essas raças possuem características de rusticidade e adaptabilidade adquiridas ao longo do tempo - como, por exemplo, resistência a doenças e estresses climáticos – com muito potencial de uso em programas de melhoramento genético no cruzamento com outras raças mais produtivas.

Além da conservação ex-situ, feita no Banco Genético da Embrapa, esses animais, que incluem bovinos, suínos, caprinos, ovinos, bubalinos, asininos e equinos, são conservados também in situ em núcleos de criação distribuídos em todo o país, em parceria com outras instituições de pesquisa, universidades e associações de criadores.

Esse trabalho em rede tem garantido as ações de conservação de recursos genéticos animais no Brasil.  

Como exemplos de sucesso, destacam-se: a ovelha Crioula Lanada, que hoje é reconhecida pela Associação Brasileira de Criadores de Ovino (ARCO); o bovino Crioulo Lageano, de Santa Catarina que, antes do reconhecimento da raça pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, contava apenas com dois rebanhos no Brasil. Hoje, são 27 e o reconhecimento da raça Curraleiro Pé-duro pelo MAPA.

Micro-organismos também têm a sua conservação garantida na nova Arca de Noé da Embrapa.

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia investe na conservação de estirpes nativas de micro-organismos, que podem ser utilizadas pela comunidade científica em diversos programas de pesquisa.

O foco é na prospecção da biodiversidade e na manutenção de coleções biológicas, garantindo material genético microbiano para estudos de aplicação no agronegócio e setores produtivos relacionados.

As coleções de micro-organismos mantêm espécies com potencial para o controle biológico de pragas e insetos vetores de doenças; multifuncionais com importância biotecnológica na agricultura; fitopatogênicos capazes de causar doenças em diferentes culturas de importância econômica e, por isso, podem ser usados em programas de melhoramento genético de plantas para seleção de variedades resistentes e de interesse para a agroindústria e produção animal.

Um exemplo concreto para ilustrar a importância da conservação de micro-organismos é a produção de inseticidas biológicos, ou bioinseticidas. Esses produtos são capazes de controlar insetos-praga e mosquitos transmissores de doenças.

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia produziu três bioinseticidas, cuja tecnologia já foi transferida ao setor privado. Todos foram desenvolvidos a partir das bactérias mantidas no banco da Unidade, que hoje conta com mais de duas mil e trezentas espécies.

Fonte: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

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