Publicado em: 03/12/2021 às 15:20hs
A biotecnologia agrícola representa um dos principais avanços do setor nas últimas décadas e a tecnologia Bt é uma valiosa ferramenta para o produtor rural no controle de pragas. A biotecnologia de resistência a insetos, também conhecida como tecnologia Bt (Bacillus thuringensis) foi introduzida no país em 2005, com a aprovação e lançamento de uma variedade de algodão Bt. O milho Bt foi aprovado em 2007, a soja em 2010 e, desde 2017, a cana-de-açúcar também pode contar com essa ferramenta.
Desde a sua introdução no mercado, a tecnologia Bt passou a ser rapidamente empregada no campo, tornando-se uma das alternativas mais importantes para o manejo integrado de pragas. As sementes Bt tiveram rápida adesão devido aos seus benefícios - além de reduzir as perdas com ataques de insetos, a tecnologia também diminui o número de pulverizações com inseticidas - e hoje é utilizada em todas as regiões produtoras.
A manutenção do desempenho esperado, entretanto, está vinculada à adoção do refúgio. Essa estratégia, junto de outras boas práticas de cultivo, é fundamental para proteger a produtividade da agricultura brasileira. As culturas Bt exigem um manejo específico para a sustentabilidade da tecnologia. Sem a adoção de práticas para retardar a evolução da resistência nas populações de pragas, sua eficácia pode ficar comprometida pela seleção de insetos resistentes ao Bt.
A pressão de seleção exercida pela tecnologia em extensas áreas e por várias safras faz com que os indivíduos, que são naturalmente resistentes e raros, sobrevivam e se tornem maioria na população após algumas gerações, levando à perda de eficácia da tecnologia. Por essa razão, é fundamental o engajamento de produtores de todo o país na correta utilização da biotecnologia.
Para evitar que a tecnologia perca sua eficácia de controle a CropLife Brasil, associação que reúne as principais empresas que atuam nos segmentos de sementes, biotecnologia, defensivos químicos e produtos biológicos, lança, nessa terça-feira (30), uma campanha que pretende alertar sobre a importância das áreas de refúgio para a preservação dos benefícios das lavouras Bt de milho, soja e algodão.
Chamada de " Diga SIM para o refúgio ", a iniciativa contemplará ações nas mídias sociais proprietárias da associação, rádios e peças publicitárias veiculadas nacionalmente. "Embora a implementação das áreas de refúgio seja uma recomendação para todos os produtores rurais que fazem uso de sementes com tecnologia Bt, muitos acabam não adotando a prática. No entanto, em médio e/ou longo prazos, a tecnologia vai perdendo a eficácia, deixando as lavouras suscetíveis a insetos resistentes. A nossa campanha visa sensibilizar o agricultor sobre a importância do plantio das áreas de refúgio para a manutenção da competitividade e sustentabilidade do seu negócio", explica Othon Abrahão, diretor da Câmara de Biotecnologia da CropLife Brasil.
Fonte: CropLife Brasil
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