Publicado em: 06/12/2013 às 14:20hs
A Nicarágua acaba de oficializar o início da segunda fase de estratégias a serem estabelecidas no país com o intuito de continuar o desenvolvimento de cultivares com maiores teores de micronutrientes, a avaliação de impacto tanto a nível socioeconômico quanto na nutrição humana e, por último, o processamento de alimentos gerados através dessas culturas biofortificadas.
A liderança do Instituto Nicaraguense de Tecnologia Agropecuária (INTA) contou com o apoio da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), do Programa Mundial de Alimentos (PMA), do Ministério Agropecuário e Florestal da Nicarágua (MAGFOR), do próprio INTA, das universidades Centroamericana e Nacional Autônoma da Nicarágua e das ONGs Catholic Relief Services (CRS) e Acción Contra el Hambre para decidir o planejamento das atividades futuras. A Rede BioFORT, que é a responsável pelo trabalho no Brasil envolvendo as culturas biofortificadas, também pôde auxiliar nos objetivos e metas traçadas pelo governo nicaraguense, que envolvem a definição de prioridades para a Nicarágua e organização de compromissos para o desenvolvimento nos próximos cinco anos dos cultivares de milho, arroz e feijão, priorizados devido ao alto consumo feito pela população, além de possuírem substâncias que os condicionam em itens essências da alimentação nicaraguense. O aumento dos teores de minerais destes alimentos poderá contribuir para a melhoria da nutrição.
Além de Nicarágua e Brasil, Panamá e Guatemala também já possuem projetos de biofortificação em pleno andamento. A líder da Rede BioFORT e coordenadora do programa HarvestPlus na América Latina e Caribe, Marília Nutti, mantém o otimismo sobre essa contínua expansão na região. “É muito importante que países com altos índices de deficiência de micronutrientes abracem a inovação que os alimentos biofortificados disponibilizam. Os benefícios vão aparecendo e ajudando aqueles mais necessitados, trabalhadores rurais que sofrem com carência nutricional, popularmente conhecida como fome oculta. Bilhões de pessoas no mundo são atingidas por essa fome “silenciosa”, que ao se agravar pode causar doenças como anemia e cegueira infantil.” Conclui Dra. Nutti, que também é pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos.
Através de parcerias, como as feitas com as instituições de pesquisas HarvestPlus e AgroSalud, financiadas pela Agência de Desenvolvimento Internacional do Canadá (CIDA), pelo Departamento de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (DFID) e também pela Fundação Bill e Melinda Gates, a biofortificação de alimentos é feita através da técnica de melhoramento genético convencional, selecionando e aumentando os conteúdos de pró-vitamina A, ferro e zinco de cultivares como arroz, feijão, batata-doce, mandioca, milho, feijão-caupi, abóbora e trigo.
Fonte: Embrapa Agroindústria de Alimentos
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