Biotecnologia

Estudo avalia segurança ambiental da biotecnologia na cultura da soja

Dez anos de pesquisa e uma obra que mais uma vez demonstra cientificamente que a soja Roundup Ready é tão ambientalmente segura quanto a sua equivalente sem biotecnologia


Publicado em: 23/04/2014 às 00:00hs

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Dionísio Gazziero: Pesquisador da Embrapa e integrou o estudo de Monitoramento da Soja Roundup Ready
Por: Monsanto em Campo

Isto é o que resume o livro Monitoramento Ambiental Soja Roundup Ready, que traz os resultados referentes ao período de 2005 a 2010 em lavouras de soja transgênica no país. A publicação, comandada por Geraldo Berger e Luis Favoretto, engenheiros agrônomos da Monsanto, e com contribuições de outros 45 autores de importantes instituições de pesquisa e ensino do Brasil, reúne dados sobre o plantio comercial da soja Roundup Ready, que correspondeu a cerca de 90% da área cultivada com soja no Brasil na safra de 2012/2013. O monitoramento colabora para consolidar a biotecnologia como uma ferramenta segura para o controle de plantas daninhas e o manejo sustentável.

Dionísio Gazziero é engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa há 38 anos e membro do conselho científico do monitoramento, que contribuiu tecnicamente com o projeto desde seu início. Acompanhe na entrevista a seguir detalhes sobre a biotecnologia para soja e seus desdobramentos para o agronegócio.

Quais os principais benefícios da tecnologia transgênica para a atividade agrícola como um todo?
Podemos enfatizar como principais benefícios o maior controle de plantas daninhas, com uma janela de aplicação mais flexível que a dos herbicidas da soja convencional, e o aumento da produtividade. Outro ponto é que o herbicida glifosato não apresenta características que impeçam ou deponham contra seu uso em relação ao meio ambiente.

Os impactos ambientais de uma lavoura convencional são menores que os de uma transgênica? O que o monitoramento ambiental da soja RR mostrou a respeito disso?
A conclusão do conselho do monitoramento é que não houve impacto significativo, porque ele não depende do sistema de produção – se é a semente convencional ou transgênica – mas sim da forma como é cuidada a lavoura. Os estudos foram bastante detalhados e, o fato de uma semente ser geneticamente modificada ou não, não mostrou problemas. Fazendo uma simples alusão à vida fora do campo, quando você toma um medicamento conforme prescrição médica, provavelmente a doença será curada. Caso o utilize de maneira incorreta, os sintomas vão permanecer. Ou seja, o problema não é a medicação, mas a forma como foi administrada.

A aplicação incorreta de defensivos pode causar prejuízos ambientais e econômicos?
Sim. O uso indevido não só aumenta a quantidade de aplicações como também traz outras consequências que encarecem os custos de produção, pois há perdas diretas na produtividade. Além disso, vai aumentar a umidade dos grãos, os descontos por impurezas e complicações no momento da colheita, com menor velocidade da máquina e maior consumo de combustível.

Como é possível definir a modalidade correta de aplicação de defensivos?
Em cada área de produção é preciso um diagnóstico adequado do problema, para tomar medidas como rotacionar culturas e utilizar herbicidas de diferentes mecanismos de ação, além de integrar o controle químico com outros métodos, como por exemplo, o uso de culturas na entressafra que produzam uma boa palhada.

A maioria dos produtores tem consciência da importância de adotar práticas de manejo para prevenir problemas com a resistência de plantas daninhas?
Os agricultores têm conhecimento, mas muitos não têm consciência das consequências que a falta do manejo de plantas daninhas pode trazer em médio e longo prazo. Assim, acaba-se gastando mais e a produtividade cai. Existem informações sobre boas práticas, mas é preciso que haja uma visão preventiva do problema, e não reativa. Nesse caso, também se aplica o velho ditado de “que é melhor prevenir do que remediar”.

Fonte: Monsanto em Campo

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