Publicado em: 13/03/2014 às 16:00hs
Agora, em vez de uma equipe de 12 pessoas, ele aparece para fazer seu trabalho apenas com um drone e um assistente.
"Dava para ver que este era o futuro", diz Papastamos, que faz parte da segunda geração de uma família de topógrafos de Atenas. Os drones têm melhorado os mapeamentos que ele faz e reduzido os custos, permitindo que ele expanda os negócios. "É muito, muito mais rentável", disse.
À medida que reguladores e tribunais dos Estados Unidos discutem como permitir seu uso para fins comerciais, a adoção de robôs aéreos está começando a mudar a forma com que empresas fazem negócios em países como Austrália e Reino Unido. Os drones estão mostrando o potencial de alternativas mais eficazes e mais baratas aos aviões tripulados - e a trabalhadores humanos - em indústrias como a mineração, construção e a do cinema.
Os EUA são "o líder mundial em produção de drones", mas "a verdade é que o resto do mundo está nos ultrapassando em termos de aplicações comerciais", diz a pesquisadora Missy Cummings, diretora do Laboratório Humanos e Autonomia da Universidade Duke, na Carolina do Norte.
O maior burburinho em torno dos drones comerciais nos EUA se deu com a proposta da varejista Amazon.com Inc. de usá-los para fazer suas entregas. Mas essa ideia levará anos para se tornar realidade. A legalidade de usar drones comercialmente nos EUA provavelmente vai continuar obscura até que regras explícitas sejam criadas mais no fim da década. A Administração Federal de Aviação (FAA) baniu efetivamente os drones comerciais no território continental americano, apesar de um tribunal ter questionado, na semana passada, a autoridade da agência para tomar essa decisão.
Diferentemente da proposta da Amazon, os usos de drones que se mostram mais promissores no exterior hoje geralmente estão longe do consumidor, em locais de trabalho ou em áreas relativamente remotas que normalmente exigem aviões tripulados.
As mineradoras usam drones com câmeras de alta definição para criar mapas de minas em 3D. Esses mapas alimentam programas que calculam quanto material já foi removido, permitindo às empresas ajustarem suas estimativas de produção. "É mais fácil, simples e eficiente" que o uso de topógrafos humanos ou aviões tripulados, diz Thomas Lerch, que usa drones na Suíça.
A EDF Energy, unidade da Électricité de France SA, informa que após usar um drone fabricado pela Trimble Navigation Ltd. para inspecionar um local onde havia planos de construir uma usina nuclear na Inglaterra, outras finalidades também se mostraram possíveis. O drone mapeou entulhos para serem removidos, pilhas de amianto para serem escavadas e calculou onde a água estava se acumulando para ajudar na gestão de inundações. "Há potencial para qualquer projeto de construção", diz Barnaby Wiegand, diretor de desenvolvimento de projetos da EDF Energy.
Papastamos, o topógrafo grego, costumava gastar até 25.000 euros (US$ 34.664) para inspecionar 15 quilômetros quadrados, trabalho que podia levar de uma a três semanas, dependendo do terreno. Com um drone, ele pode concluí-lo em três ou quatro dias por menos de 5.000 euros. Como ele agora cobra menos, os clientes estão dispostos a pagar por diversas inspeções para monitorar a evolução de projetos em vez de apenas uma, no início da construção. "É um negócio totalmente diferente", diz.
Há usos mais glamorosos para os drones. A indústria do cinema os tem usado para filmar cenas de perseguição e tomadas aéreas em filmes como "James Bond" e "Harry Potter", entre outros. Os drones são "extremamente comuns em sets de filmagens" fora dos EUA, diz uma porta-voz da Associação Americana de Filmes de Ação, acrescentando que os drones são mais seguros e mais baratos que helicópteros tripulados e permitem tomadas mais inovadoras.
Especialistas preveem um grande potencial para o uso dos drones na agricultura. No Japão, a Yamaha Corp. vende drones para agricultores há 20 anos. A empresa calcula que cerca de 2.400 dos seus helicópteros não tripulados pulverizam pesticidas e fertilizantes em 40% das lavouras de arroz do país. Outros cem drones estão sendo usados no plantio de trigo, soja e pinheiros na Coreia do Sul e na remoção de ervas daninhas na Austrália, afirma a empresa. A Yamaha está buscando aprovação da FAA para o uso comercial dos seus drones nos EUA.
Chris Anderson, diretor-presidente da fabricante de drones 3D Robotics, de San Diego, diz que os drones serão mais úteis para os agricultores na coleta de dados da safra, incluindo qualidade do solo, uso da água e surgimento de pragas. Mas seu desenvolvimento em grande escala para uso comercial levará tempo, diz ele, que é ex-editor-chefe da revista americana de tecnologia"Wired". "O potencial é enorme, mas o tempo [para se ter] escala é maior do que se pensava inicialmente."
Fonte: Canal do Produtor
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