Agricultura Precisão

Robô e avalanche tecnológica

Talvez a gente veja, em breve, robôs trabalhando em nossas fazendas, como profetizou a saga Guerra nas Estrelas, em 1970


Publicado em: 19/05/2014 às 08:20hs

Robô e avalanche tecnológica

Talvez a gente veja, em breve, robôs trabalhando em nossas fazendas, como profetizou a saga Guerra nas Estrelas, em 1970. Mas falar em robotização rural ainda é uma espécie de licença poética, embora os padrões de eficiência operacional no campo estejam avançando rápido, além de fronteiras e parte disso tem a ver com automação e uso de tecnologia da informação.

Na suinocultura norte-americana, por exemplo, em granjas de bom nível tecnológico, um funcionário cuida do manejo de 300 matrizes ou cerca de 5.000 suínos em terminação. Para ajudá-lo, alguns estabelecimentos já têm até “robozinhos móveis” que auxiliam na condução de reprodutores através da granja.*

No Brasil, o padrão médio de eficiência, em granjas de boa tecnologia, está em 150 matrizes ou 1.500 leitões em terminação, por funcionário. E veja que isso não é um julgamento sobre o potencial de nossos recursos humanos. Ao contrário, é muito mais um registro sobre a tecnologia embarcada nas granjas de nossos concorrentes do exterior e a correspondente capacitação exigida para operá-la.

Saindo da criação animal, a tendência é a mesma e as novas ferramentas tecnológicas chegam ao mercado sem parar. Coisas como a calibragem automatizada para aplicação de fertilizantes, via GPS, reduzindo praticamente a zero o desvio-padrão de falhas na distribuição, hiper ou sub dosagem.*

Há também os aplicativos de celular para identificar no próprio campo novas espécies de plantas daninhas, ou espécies resistentes em novos lugarese até definir padrões de tratamento adequado, compartilhando no mesmo instante a informação com um consultor fitossanitário conectado online.

Ou então os estranhos e misteriosos drones (veículos aéreos não tripulados) usados no planejamento e controle das lavouras, que até outro dia pareciam excentricidade tecnológica de alguns agricultores, mas em julho próximo já terão a sua primeira Feira Dinâmica de Negócios – o “Precision Aerial Ag Show”, na cidade de Decatur, nos Estados Unidos.

Muito se tem falado sobre a necessidade de aumentar a educação no campo, de multiplicar a capacitação técnica operacional das equipes de fazendas e granjas, e dos gargalos sérios de competitividade que podemos enfrentar, se isso não for feito. Diagnóstico correto.

Mas o horizonte também mostra que a superação desse desafio não deve olhar só para trás, na tentativa de recuperar o tempo perdido, mas também mirar no futuro, para responder à avalanche tecnológica que parece vir por aí.

Um pé na canoa do presente para alinhar nossos recursos humanos à base competitiva atual e outro pé na canoa do futuro: desenhando a formação profissional que os novos tempos da automação e tecnologia da informação parecem demandar. Porque o relógio da tecnologia está andando bem mais rápido do que os padrões de tempo que acostumamos a viver.

(*) Fontes: AgWeed ID app para smartphone/Penton Farm Progress. Agroceres PIC – Depto. Serviços Técnicos. Equaply Anydrous Delivery System – NH3 Company.

Coriolano Xavier, membro do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS); Professor do Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM.

 

Fonte: Alfapress Comunicações

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