Seguro Rural

Seguro rural precisa de reforço urgente para garantir sustentabilidade do agronegócio, alerta presidente da Faesc

José Zeferino Pedrozo defende ampliação dos recursos destinados ao seguro rural no Plano Safra, destacando que o instrumento é essencial para proteger produtores e manter a estabilidade do setor agropecuário


Publicado em: 25/11/2025 às 11:55hs

Seguro rural precisa de reforço urgente para garantir sustentabilidade do agronegócio, alerta presidente da Faesc
Setor enfrenta cenário crítico em proteção contra riscos climáticos

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), José Zeferino Pedrozo, alerta que o mercado de seguro rural brasileiro vive um momento de fragilidade. Embora o Plano Safra 2025/2026 tenha ampliado significativamente os recursos para crédito rural — tanto para a agricultura empresarial quanto para a familiar —, os valores destinados à proteção de risco permanecem insuficientes, o que compromete a sustentabilidade da produção agropecuária.

Pedrozo destaca que a atividade rural está sujeita a riscos inevitáveis, como geadas, secas, granizo, excesso de chuvas, pragas e doenças, que não apenas reduzem a produtividade, mas também impactam toda a cadeia produtiva, desde a renda dos produtores até o abastecimento alimentar nacional.

Seguro rural: investimento em resiliência e continuidade

Segundo o dirigente, o seguro rural deve ser visto como investimento, e não como gasto. Ele afirma que a ferramenta é essencial para garantir a continuidade da atividade produtiva, além de incentivar o uso de tecnologias modernas e a formalização de operações no campo.

No entanto, Pedrozo ressalta que o quadro orçamentário atual evidencia fragilidade. Dados recentes mostram que o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) não recebeu o aporte necessário do orçamento federal, enfrentando inclusive bloqueios e suplementações negadas.

Falta de recursos limita adesão dos produtores

Apesar do aumento no volume de crédito para custeio e investimento anunciado pelo governo, não houve expansão proporcional dos recursos destinados ao seguro rural. Essa falta de alinhamento, segundo Pedrozo, coloca em risco a segurança e a sustentabilidade da produção agropecuária.

“Quando o produtor investe em lavouras, criação de animais ou extrativismo, ele assume riscos de mercado e riscos naturais. Diferentemente das empresas urbanas, o agricultor lida com fatores totalmente fora de seu controle”, afirma o presidente da Faesc, destacando o que chama de ‘incerteza estrutural’ da atividade rural.

Falta de seguro pode levar à insolvência no campo

Sem um seguro rural acessível e efetivo, eventos climáticos severos podem provocar perdas irreversíveis, levando ao endividamento, à quebra de ciclos produtivos e até ao abandono da atividade agrícola. Essa vulnerabilidade afeta produtores de todos os portes, mas atinge com maior intensidade os pequenos agricultores, que possuem menor estrutura financeira e tecnológica para lidar com prejuízos.

Pedrozo reforça que o subsídio ao prêmio do seguro rural é uma ferramenta de inclusão produtiva, garantindo que o produtor não enfrente sozinho os impactos de fenômenos climáticos extremos.

Seguro rural deve ser tratado como política pública essencial

O presidente da Faesc defende que os órgãos responsáveis pela política agrícola e orçamentária reforcem o PSR, ampliando os recursos e assegurando liberação tempestiva dos valores.

“Sem o fortalecimento do seguro rural, o país perde não apenas em produtividade, mas também em estabilidade social e econômica no meio rural”, conclui Pedrozo. Ele defende que o seguro rural seja tratado como pilar fundamental da política pública agropecuária, e não apenas como um item complementar dentro do Plano Safra.

Fonte: Portal do Agronegócio

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