Publicado em: 28/07/2025 às 16:00hs
O agronegócio é um dos pilares da economia do Brasil, mas atualmente enfrenta desafios que ultrapassam o campo. Em meio ao esforço do Governo Federal para controlar as contas públicas, cresce a preocupação no setor rural sobre a possível revisão e redução dos incentivos e benefícios tributários que ajudam a sustentar a produção frente às adversidades climáticas e econômicas.
Um dos sinais dessa nova realidade foi a diminuição de 42% no orçamento destinado ao seguro rural para 2025, conforme divulgado no Plano Trienal do Seguro Rural 2023-2025, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). O programa subsidia até 50% do prêmio do seguro pago pelo produtor, percentual que varia conforme tipo de cultura, região e recursos liberados anualmente.
Viviane Morales, diretora administrativa da Lastro Agronegócios, reforça a necessidade de os produtores se anteciparem: “É essencial que o produtor rural organize seu planejamento tributário e participe ativamente do debate sobre o futuro dos incentivos, para minimizar impactos negativos”.
Embora importante, o modelo brasileiro de seguro rural é considerado frágil em comparação a outros países, como o México, que oferece cobertura mais ampla e maior suporte estatal. Essa fragilidade fica ainda mais evidente diante de eventos climáticos extremos, como as geadas e enchentes que afetaram vários estados brasileiros nos últimos meses.
“O produtor rural está exposto a riscos que não existem em outros setores. É uma indústria a céu aberto, sujeita a fatores imprevisíveis. Por isso, qualquer mudança em tributação ou corte de incentivos precisa ser discutida com responsabilidade”, alerta Gustavo Venâncio, diretor comercial da Lastro Agronegócios.
Diante do ambiente instável, a segurança jurídica e fiscal passa a ser fundamental para a sobrevivência do setor. Morales ressalta que o momento exige organização, mobilização e capacidade técnica para enfrentar as possíveis mudanças sem comprometer a produtividade no campo.
“Não estamos fazendo uma previsão catastrófica, mas sim uma leitura realista do movimento econômico do governo. Revisar gastos e cortar incentivos já está no radar, e precisamos estar preparados”, conclui.
Fonte: Portal do Agronegócio
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