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VISITA: Ao lado de americano, Patriota fala em sombras na relação bilateral

Por instrução da presidente Dilma Rousseff, o chanceler Antonio Patriota adotou um tom firme nesta terça-feira (13/08) ao tratar com o secretário de Estado americano, John Kerry, sobre as denúncias de espionagem de comunicações de brasileiros


Publicado em: 15/08/2013 às 09:40hs

VISITA: Ao lado de americano, Patriota fala em sombras na relação bilateral

Ao receber Kerry no Itamaraty, Patriota advertiu sobre o risco de "uma sombra de desconfiança" nas relações entre Brasil e Estados Unidos e disse que a relação bilateral enfrenta "um novo tipo de desafio" relacionado a notícias de interceptação de comunicações. Já Kerry fez um apelo para que o Brasil concentre sua atenção em "questões importantes" da relação bilateral e defendeu as ações de inteligência americanas no contexto da luta contra o terrorismo.

Alerta - Patriota alertou que "ouvir esclarecimentos não significa aceitar o status quo". "Caso [a questão da espionagem] não seja resolvida de forma satisfatória, corre-se o risco de termos uma sombra de desconfiança", disse o chanceler brasileiro. "Não podemos minimizar a relevância discutida nesse momento com o tema da espionagem".

Orientação - Dilma orientou Patriota a agir de forma "sóbria, mas firme" durante a vinda de Kerry ao Brasil - um encontro preparatório à visita de Dilma a Washington em outubro. A intenção era deixar claro que o Brasil considerou grave o episódio da espionagem, uma violação de soberania.

Impacto global - Em declaração conjunta, ao lado de Patriota, Kerry insistiu: "Peço ao provo brasileiro que se concentre nas questões importantes das nossas relações. Nós compartilhamos os valores democráticos e o empenho a favor da diversidade. As relações entre o Brasil e os Estados Unidos podem ter um impacto global positivo se continuarmos trabalhando em torno dessas questões."

Resposta - Ele defendeu as ações americanas como resposta aos ataques terroristas sofridos pelo país. "Os Estados Unidos recolhem inteligência estrangeira assim como fazem todas as nações na defesa de seus cidadãos." Justificou ainda que o objetivo do sistema de inteligência americano seria "garantir a segurança não só dos americanos, mas dos brasileiros e do mundo em geral". "Muitos inocentes foram sacrificados. O que os Estados Unidos procuram fazer é evitar que isso aconteça".

 Diálogo  - O secretário de Estado ressaltou que os EUA não estão "aborrecidos com perguntas" de países como o Brasil sobre o caso. "Vamos continuar a ter esse diálogo". Na conversa privada com o chanceler brasileiro, porém, Kerry admitiu que teria sido adequada uma comunicação prévia dos EUA com outros países sobre as ações de inteligência. A postura foi vista pela diplomacia brasileira como um ato político importante dos Estados Unidos, sinalizando um primeiro passo para superar o constrangimento e aumentar a confiança entre os dois países.

 Manifestações  - Segundo diplomatas brasileiros, Kerry estava de bom humor e fez questionamentos sobre as manifestações populares recentes. O gesto foi interpretado como demonstração de interesse pelo país - especialmente tendo em vista declarações passadas de Kerry de que a América Latina seria o "quintal" dos EUA. Kerry veio ao Brasil preparar a visita da presidente Dilma Rousseff - com quem se reuniu durante uma hora - aos EUA em outubro.

Fonte: ASSESSORIA DE IMPRENSA DA OCEPAR/SESCOOP-PR

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