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Produtor americano prevê corte de subsídios nos EUA

Os cortes, segundo Cullers, seguem em linha com a política de restrição orçamentária do presidente Barack Obama


Publicado em: 19/01/2012 às 16:30hs

Produtor americano prevê corte de subsídios nos EUA

Seis vezes recordista mundial de produtividade de soja, e dez vezes de milho, o produtor norte-americano Kip Cullers acredita que o governo dos Estados Unidos deve propor cortes de subsídios aos agricultores na revisão da Lei Agrícola norte-americana, conhecida como Farm Bill, prevista para este ano. Os cortes, segundo Cullers, seguem em linha com a política de restrição orçamentária do presidente Barack Obama.

Mas, de acordo com ele, a alta competitividade do produtor norte-americano, alavancada pelos preços remuneradores das commodities, deve compensar os cortes. "Há 20 ou 30 anos, com preços baixos de milho e soja, essa política era necessária para o produtor americano; agora não precisa mais", avaliou Cullers, em entrevista.

O produtor esteve terça-feira à noite no evento de lançamento de um fertilizante que leva sua assinatura, para produtores de cana-de-açúcar, produzido pela Origem Química, em Cravinhos, no Estado de São Paulo (SP). Cullers garantiu que 95% da formulação é feita com produtos brasileiros e os 5% restantes são "segredo pessoal" trazido dos Estados Unidos. Previu, mas não garantiu, um aumento de produtividade com o uso do produto de ao menos 20% na cultura da qual o Brasil é o maior produtor mundial.

Cullers cultiva 5 mil hectares de milho, 800 hectares de soja, planta outros vegetais, como batata, e cria frangos em sua propriedade, na minúscula cidade de Purdy, com apenas 1.500 habitantes, no Estado de Missouri. No milho, mantém o atual recorde de 382 sacas por hectare (sc/ha) e tem produtividade média de 291 sc/ha. Já na soja, a produtividade máxima foi de 173 sc/ha e a média obtida atinge 112 sc/ha. "Há 15 anos eu planto mais milho porque na minha região esse produto é mais escasso, e recebo um prêmio sobre os contratos da Bolsa de Chicago", explicou Cullers, para quem esta deve ser a tendência da maioria dos produtores norte-americanos na próxima safra, diante do cenário de preços melhores da commodity este ano.

De modo geral, Cullers avalia que os preços de grãos devem seguir estáveis este ano, diante da restrição na oferta depois da seca na Argentina e no sul do Brasil. "Mas essa avaliação ainda depende de como será o comportamento da crise da Europa", afirmou o produtor. Cullers afirmou, ainda, que o crescente incremento de tecnologia nas sementes e no cultivo do milho brasileiro deve fazer com que a produtividade da cultura possa se equiparar à dos produtores norte-americanos. "Isso já aconteceu com a soja; o milho brasileiro estava 10 anos atrás do norte-americano em tecnologia e acho que em dois ou três anos elas [as tecnologias dos dois países] serão parecidas", disse.

Fonte: DCI - Diário do Comércio & Indústria

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