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OMC: Europa quer latino-americano na direção da organização

Os 27 países da União Europeia decidiram votar nesta terça-feira (23/04) pelos candidatos do Brasil e do México para a disputa final ao cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), preterindo os três candidatos da Ásia-Pacífico, confirmaram fontes na Europa


Publicado em: 23/04/2013 às 19:00hs

OMC: Europa quer latino-americano na direção da organização

A comissão de seleção pediu aos 159 países membros para apontar duas preferências, entre cinco candidatos, para ir à final decisiva que apontará o novo diretor dessa entidade chave na governança global. A União Europeia decidiu fazer uma lista consensual. Na semana passada, em Dublin, os ministros de Comércio não chegaram a um acordo. A decisão foi enfim tomada ontem, após longas negociações em Bruxelas.

Mais votados - O Valor apurou que o brasileiro Roberto Azevedo e o mexicano Hermínio Blanco foram os dois mais votados. Assim, o embaixador da UE na OMC, Angelos Pangratis, vai se encontrar hoje com a comissão de seleção para apresentar a lista dos dois preferidos em nome de 28 países, incluindo a Croácia, que em julho será o novo membro do bloco comunitário. Nesta segunda-feira (22/04), o mexicano Blanco foi o mais votado pelos europeus, sem surpresa, já que o México tem boa penetração entre os países desenvolvidos e faz parte da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), espécie de clube dos ricos.

Brasileiro - A escolha de Azevedo confirmou que o candidato brasileiro tem bom trânsito e credibilidade tanto entre os emergentes e as nações mais pobres e também no mundo desenvolvido, ou seja, tem, apoio geográfico ampliado para obter consenso a seu nome. O voto na América Latina do maior bloco econômico do mundo, que faz mais de 30% do comércio internacional, terá implicações para os outros três candidatos na atual "rodada de fogo" que será concluída às 15h desta quarta-feira.

Sem chances - Primeiro, os candidatos da Nova Zelândia e da Coreia do Sul, os ministros de Comércio, Tim Groser e Taeho Bark, têm praticamente sepultadas suas chances de chegar à fase final, sem apoio de seus sócios ricos da Europa. Quanto à candidata da Indonésia, Mari Pangestu, se chegar à final na semana que vem já será com um déficit de 28 votos da ação contra dos europeus, encolhendo sua possibilidade de apresentar-se para fazer consenso entre os países.

 América Latina  - Além disso, a Europa consolida o sentimento de boa parte na cena comercial em Genebra, de que a vez agora é de um diretor da América Latina, já que os dois candidatos africanos foram eliminados na primeira rodada. A Ásia já teve um diretor-geral originário da Tailândia há oito anos.

 EUA  - Não há informações de como os Estados Unidos vão votar. Vários países, por outro lado, podem decidir escolher na reta final o candidato que tem realmente mais chances de ser escolhido.

 Anúncio  - A comissão de seleção deve anunciar os nomes dos três eliminados na quinta-feira ou sexta-feira cedo. Em seguida, será fixada a data da rodada decisiva entre os dois que restarão na disputa. A expectativa é de o substituto de Pascal Lamy estar escolhido até meados de maio.

 Três rodadas  - O embaixador mexicano, Juan Camacho, procurou nesta segunda o Valor para reiterar que o México quer que a disputa acabe em três rodadas, e não em quatro. A possibilidade de uma rodada adicional foi levantada em nota pelo Ministério das Relações Exteriores do México, repetindo o que está previsto nas regras para caso excepcional. O embaixador admitiu que, na tentativa de esclarecer todas as etapas da disputa, a nota pode ter causado uma certa confusão.

Fonte: ASSESSORIA DE IMPRENSA DA OCEPAR/SESCOOP-PR

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