Conforme contagem realizada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), a receita acumulada com a quitação de tributos federal, estadual e municipal, está quase 9% acima do que havia sido arrecadado em igual momento do ano passado, R$ 5,14 bilhões.

Além da evolução anual, o percentual observado no Estado é quase oito vezes superior ao registrado no país. Conforme o “Impostômetro” – ferramenta disponibilizada pelo Instituto - do dia 1º de janeiro deste ano até ontem, o Brasil atingiu pouco mais de R$ 1 trilhão, alta de menos de 1% sobre os R$ 993,54 bilhões consolidados no mesmo acumulado de 2012. Enquanto a marca de R$ 1 trilhão foi antecipada em dois dias no país – ano passado as cifras foram registradas apenas no dia 29 de agosto – em Mato Grosso a abreviação foi ainda maior, antecipada em quase 15 dias em relação ao ano passado.

Como destaca o IBPT, os tributos gerados pelos mato-grossenses são suficientes para construção de mais de 4,87 mil quilômetros de asfalto, ou para compra de mais de 207 mil carros populares, ou para construção de 160 mil casas populares de 40 metros quadrados, ou ainda, suficiente para contratação de pouco mais de 420 mil professores para o ensino fundamental.

Os R$ 5,60 bilhões recolhidos em tributos mostram que a arrecadação ‘per capita’ no Estado, no período de avaliação, foi de R$ 1,85 mil por mato-grossense. Em relação às cifras do Brasil, elas equivalem a um desembolso de R$ 5,11 mil por habitante.

A evolução na arrecadação de tributos não revela apenas que houve sobrecarga de cobranças por parte das três esferas do poder, mas também pode ser um indicador de que o incremento de receita veio do aperfeiçoamento dos controles eletrônicos dos órgãos de fiscalização ou mesmo pelo aumento do apetite consumista da população.

Para o presidente do Conselho Superior e Coordenador de Estudos, Gilberto Luiz do Amaral, o Impostômetro deixa claro aos contribuintes o valor em reais pagos nos impostos.

O presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Rogério Amato afirma que “a carga é muito alta, mesmo com todas as desonerações, com a queda da atividade econômica. Esperávamos que esse valor {R$ 1 trilhão} fosse alcançado um pouco depois do que a data de hoje {ontem}”.

IMPOSTÔMETRO - Desenvolvido pelo IBPT e instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em 2005, o placar tributário que demonstra os impostos pagos pelos brasileiros às três esferas do poder, já faz parte do cenário paulistano, sendo um dos sete marcos de São Paulo. A ferramenta está localizada na Rua Boa Vista, 51. As informações podem ser acessadas pelo site: www.impostometro.com.br

A contagem é feita por meio da ferramenta eletrônica que tem como base para o levantamento de dados federais, as arrecadações da Receita Federal do Brasil e da Secretaria do Tesouro Nacional, informações da Caixa Econômica Federal, do Tribunal de Contas da União e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2013 - IBGE.

Para as receitas dos Estados e do Distrito Federal, o Impostômetro utiliza-se dos dados do Conselho Nacional de Política Fazendário 2013 - Confaz, das Secretarias Estaduais de Fazenda, dos Tribunais de Contas dos Estados e da Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda.

Já a arrecadação de tributos municipais é informada pela Secretaria do Tesouro Nacional, por meio dos municípios que divulgam seus números devido à Lei de Responsabilidade Fiscal e pelos Tribunais de Contas dos Estados. O volume de impostos que o governo brasileiro arrecada é contado desde o primeiro até o último dia de cada ano e exposto à população.

O presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike, afirma que a contagem e a exposição dos números para a população possibilita a formação de um senso crítico com relação à alta taxa de tributos pagos. “Hoje o impostômetro tornou-se uma importante ferramenta de referência para os brasileiros, no sentido de informar, o quanto é pago de tributos diariamente”.