Em uma comemoração no Teatro Nacional de San José, na Costa Rica, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) celebrou nesta segunda-feira (7/10) seus 70 anos de existência e reafirmou seu profundo compromisso em melhorar as questões agrícolas, e as condições de vida dos milhões de habitantes das zonas rurais do hemisfério.
 
Junto com a Presidenta de Costa Rica, Laura Chinchilla, a Diretora Executiva do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Ertharin Cousin, e delegações de 16 países membros do IICA, entre outros convidados especiais, os trabalhadores da sede central do Instituto festejou esta histórica data, exatamente 70 anos e um dia após sua criação.
 
Aquela organização que no dia 7 de outubro de 1942 se fundou como um centro de investigação de novos cultivos que fossem a base para produzir mais alimentos e matérias primas, se transformou anos depois na agência especializada em agricultura do Sistema Interamericano, cujos quartéis gerais são conhecidos hoje como a Casa da Agricultura das Américas.
 
“Em nome de todos os povos de América, quero manifestar nossa imensa gratidão ao IICA, uma das instituições mais emblemáticas do hemisfério. Esta comemoração vem acompanhada para os costarriquenhos com um sentido de e carinho”, declarou a Presidenta Laura Chinchilla.
 
“O IICA é uma das organizações agrícolas mais energéticas e visionarias do mundo. Em momentos em que a agricultura tem se tornado o centro da agenda para o desenvolvimento, este Instituto tem conquistado conhecimento e recursos, fazendo da agricultura inclusiva não só uma visão para o futuro, senão uma realidade que está mudando a agenda global da segurança alimentar e transformando as vidas dos pobres famintos”, disse a diretora do PMA, Cousin, oradora de fundo do ato comemorativo.
 
“A essência do IICA não mudou: criar e transferir conhecimento, promover capacidades individuais por meio da ação conjunta, servir de fórum para o entendimento mútuo, mostrar que a colaboração entre países é desejável e possível e, sobre tudo, fazer com que o setor agrícola não seja objeto passivo, mas que seja objeto ativo do desenvolvimento econômico e social dos países”, expressou Víctor M. Villalobos, Diretor Geral do Instituto.
 
Representação no Brasil

O escritório do Instituto no Brasil, sob a representação do argentino Manuel Rodolfo Otero, para comemorar dessa importante data para a agricultura do hemisfério, irá presentear todas as instituições parceiras do IICA e seus colaboradores com um exemplar do Selo Comemorativo dos 70 anos do IICA, impresso pela Empresa de Correios e Telégrafos do Brasil.
 
“A celebração dos primeiros 70 anos de vida do IICA é momento oportuno para dar um devido reconhecimento a todos os homens e mulheres que trabalharam incansavelmente para a transformação da agricultura das Américas e ao mesmo tempo pensar nos novos tempos que nos desafiam em fortalecer o papel central da agricultura em quaisquer estratégias de desenvolvimento”, afirma Manuel Otero, Representante do IICA no Brasil. “Promovendo a inclusão sócioprodutiva e chegando à prática com respeito ao meio ambiente para as gerações futuras. Nesse contexto, é preciso fortalecer a aliança campo-cidade, levando em consideração que o futuro da qualidade de vida dos centros urbanos depende das decisões que se tomam no meio rural”, conclui Otero.
 
Luis Valdés, Especialista regional do IICA, comenta que “entre as muitas contribuições importantes do IICA para o Brasil ao longo dos seus 70 anos, especialmente desde que se instalou no pais em 1964, destaca-se, pela relevância social do tema, a contribuição com os governos estaduais, especialmente dos estados do nordeste, apoiando de maneira inovadora e propositiva estratégias de desenvolvimento rural, de mitigação da pobreza, de manejo responsável e sustentável dos recursos naturais, incluída a gestão integrada dos recursos hídricos, mas, especialmente, no fortalecimento institucional e na capacitação de recursos humanos.”
 
O Secretário Executivo do Procitrópicos, Jamil Macedo, lembra que o IICA fez parte da criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa), em 1972, “quando, com o apoio do então Diretor Geral José Emílio Gonçalves de Araújo, o Representante do IICA no Brasil à época, Irineu Cabral, liderou o Grupo de Trabalho que elaborou o relatório Sugestões para a Formulação de um Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária, chamado Livro Preto, que estabeleceu o diagnóstico, conceitos, fundamentos e princípios que passou a ser uma espécie de bíblia para a consolidação da Embrapa”.
 
Braulio Heinze, administrador do escritório do IICA no Brasil, afirmou ser “gratificante observar, nessas duas décadas em que trabalho no Instituto, a consolidação do mesmo como referência de cooperação técnica para as entidades parceiras. Tenho orgulho de fazer parte desta família e participar do nobre exercício de melhorar as condições de vida da população rural do continente americano”.
 
Na temática dos Recursos Naturais e Adaptação ás Mudanças Climáticas, “novas situações se apresentam que requerem a rápida mobilização na proposição de políticas públicas, de estratégias, planos, programas e projetos que possam lidar e atender as expectativas de melhoria da qualidade de vida da população. Neste sentido o IICA, tem atuado decisivamente em apoio aos níveis de Governo, na formulação e implementação de iniciativas” comenta Gertjan B. Beekman, coordenador da área de Recursos Naturais do IICA no Brasil, que acrescenta “a atuação do IICA neste país tem transposto fronteiras o que possibilita  visibilidade à excelência técnica-científica e acadêmica nacional e do Instituto, no contexto de programas regionais e internacionais, por meio de iniciativas  de cooperação apoiadas pelo Governo do Brasil e instituições internacionais.”
 
Carlos Luiz de Miranda, coordenador da área de Agricultura, Segurança alimentar e Territórios do escritório no Brasil, também faz menção ao compromisso do IICA. “O Instituto comemora 7 décadas de compromisso iniludível com o progresso da agricultura das Américas e, sobretudo, com as ações de inclusão socioprodutiva para melhorar a qualidade de vida das populações rurais do continente.”
 
Marco Ortega, coordenador da área de Agronegócio, comenta que “em 70 anos de história o IICA tem enfrentado muitos desafios onde a capacidade de adaptação aos tempos e sua forte sintonia com as novas demandas de uma agricultura cada vez mais moderna, mais sistêmica, mais integrada às institucionalidades, mais articulada e capaz de negociar com parceiros públicos, privados e de alianças da sociedade civil. O Instituto criou novas áreas estratégicas, entre elas Agronegócios por entender que se trata da nova agricultura unida pelos segmentos que se iniciam na terra e terminam na mesa”.