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Ferrovia Cuiabá-Santarém é prioridade para o agronegócio brasileiro

A infraestrutura logística é apontada com gargalo para a atividade agrícola nacional


Publicado em: 05/09/2013 às 10:40hs

Ferrovia Cuiabá-Santarém é prioridade para o agronegócio brasileiro

O especialista na área, Renato Pavan, da Macrologística Consultoria, afirma que para viabilizar a ferrovia ligando Cuiabá (MT) a Santarém (PA) - eixo logístico prioritário para o país, na opinião dele -, serão necessários investimentos na ordem de R$ 4 bilhões, que se pagariam em apenas quatro anos.  Pavan falou durante o painel Logística e competitividade, ocorrido nesta quarta-feira (04.09), no 9º Congresso Brasileiro de Algodão (9ºCBA), que vai até sexta-feira.

O consultor estima redução de aproximadamente 40% no custo do frete com o escoamento da produção do Centro-Oeste sobre trilhos. O modal também ajudará a minimizar a pressão nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), os quais já registram esgotamento na capacidade operacional.  

“Os ganhos não são apenas econômicos. Com a ferrovia em operação, a sociedade será beneficiada. O fato de ter menos caminhões nas rodovias reduz o risco de acidente de trânsito. Há também vantagem ambiental, menos fumaça e gastos com pneus entre outros”, afirmou o especialista.  

Pavan, no entanto, salienta que mesmo sendo muito otimista, a implantação da plataforma só deverá ocorrer em um prazo de 20 anos.

“O processo para que a ferrovia esteja em funcionamento é longo. È preciso concluir o projeto básico, estudos ambientais, obter todas as licenças, concluir as licitações. Vinte anos é um prazo até bem otimista”, observou.

Segundo ele, apesar de a ferrovia ser estratégica para o país, a viabilidade dela dependerá mais da manifestação do interesse privado.  “Será preciso inverter o processo. O setor produtivo não pode ficar esperando o governo e a manifestação de interesse terá de partir da iniciativa privada, uma vez que o impacto econômico nos seus negócios é representativo. O agronegócio é tão adulto que pode caminhar com as próprias pernas”, comentou.

O problema, no entanto, para alavancar os investimentos privados é a falta de confiabilidade no governo. “Com uma taxa de retorno abaixo de 8,5%, os investidores não têm interesse em participar de licitações e não há uma confiança no governo em relação à garantia de taxa maior”, disse.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Congresso Brasileiro de Algodão

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