Publicado em: 16/10/2013 às 07:50hs
O problema atinge quase 870 milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente mulheres e crianças, de todas as classes sociais. No Brasil, cerca de 40% da população infantil e feminina sofre com a desnutrição e doenças relacionadas.
Para pensar em novas alternativas e combater a fome oculta, a FAO pretende debater sistemas alimentares sustentáveis e como é possível sair do ramo das ideias e partir para a prática, construindo assim, um futuro em que as populações tenham completo acesso aos alimentos e nutrientes, sem deixar de lado a manutenção de ecossistemas e a biodiversidade, necessários para que ambiente se renove.
Nutrição e Agricultura Sustentável: Brasil sai à frente
Já está em prática no Brasil, um projeto de alcance mundial que atua em três frentes, com foco em implementação de melhorias em saúde, educação e agricultura. A fortificação do arroz, alimento básico para os brasileiros, está sob a coordenação da Universidade Federal de Viçosa (UFV), que recebeu da PATH, instituição internacional sem fins lucrativos, sem custos, a tecnologia para produção de grãos fortificados. Feitos de farinha de arroz, levam vitaminas e minerais que, misturados com o arroz tradicional, fornecem aproximadamente um terço das necessidades diárias de micronutrientes essenciais como o ferro, o zinco e vitaminas do complexo B.
A Universidade Federal de Viçosa é a única organização do mundo autorizada a transferir a tecnologia do arroz fortificado no Brasil e em outros países. Por meio do seu Centro de Estudos da Fome, facilitará transferências futuras da tecnologia para produtores locais e internacionais, incluindo arrozeiras da África, com a estratégia de promoção do desenvolvimento econômico e segurança alimentar, melhorando a nutrição das populações mundiais vulneráveis. Além disso, o projeto de fortificação do arroz conta com o suporte da GAIN (Aliança Global para Melhor Nutrição) para parcerias público-privadas que aumentem o acesso aos nutrientes na dieta das pessoas ao redor do mundo, trabalhando para fortalecer a saúde e a economia dos países.
Recentemente, o Tocantins se tornou o primeiro estado brasileiro a incluir o Arroz Vitaminado na merenda escolar de 100% de sua rede pública estadual. A parceria, inclui a doação, por parte da PATH, de grãos fortificados suficientes para a produção de 100 toneladas do alimento. Além disso, os produtores agrícolas tocantinenses receberão o repasse da tecnologia da fortificação do arroz e poderão aplicá-la localmente.
O mesmo projeto já foi executado com sucesso nos programas de merenda escolar em Sobral (CE), Dourados (MS) e Vespasiano (MG). Além desses locais, a tecnologia de fortificação do arroz, tem sido utilizada nos programas de merenda escolar na Colômbia, Costa Rica, Índia, Camboja, Burundi e Filipinas. Trinta estudos clínicos foram conduzidos para avaliar a eficácia, aceitabilidade, estabilidade e segurança.
Para Sérgio Segall, Coordenador da PATH para o Projeto de Fortificação do Arroz no Brasil e mestre em Ciência dos Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa, o país tem avançado quando o assunto é combater a desnutrição por meio de agricultura sustentável. “O Brasil está trabalhando fortemente para erradicar a desnutrição e combater a fome oculta e o projeto de fortificação do arroz é um ótimo exemplo, pois inclui desde o agricultor, que produz o Arroz Vitaminado até o consumidor final, que sentirá os efeitos na saúde e no rendimento na escolar e no trabalho. É importante incentivar essas redes sustentáveis, que levam em consideração todas as esferas do processo e tem resultados comprovados cientificamente, com baixo custo de aplicação, justamente o que a FAO propõe para esse Dia Mundial da Alimentação”.
Fonte: Assessoria de Imprensa – PATH
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