Publicado em: 04/04/2013 às 15:00hs
A soma representa quase metade do que foi aplicado por elas entre 1997 e 2012, um total de R$ 33,4 bilhões. Neste intervalo, a União investiu apenas R$ 1,48 bilhão.
Os dados fazem parte do balanço ferroviário divulgado nesta quarta-feira (3) pela Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), em São Paulo (SP). De acordo com o documento, em 2012 a movimentação de cargas subiu apenas 1,3%, passando de 475 milhões para 481 milhões de toneladas. A entidade espera ampliar a movimentação em 24,7% até 2015.
“Diante do quadro de crise mundial, em especial nos países europeus, que são grandes compradores das commodities agrícolas e minerais brasileiras, o volume de movimentação foi satisfatório”, explica o presidente-executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça. Os principais produtos transportados pelas ferrovias em 2012 foram os minérios/carvão mineral, com participação de 77%; seguidos pelos produtos do agronegócio (14,4%); siderúrgicos (3,8%); derivados de petróleo e álcool (2,8%); e insumos de construção civil e cimento (0,5%).
O relatório da ANTF aponta ainda que, desde que a malha começou a ser privatizada, em 1997, o governo já arrecadou R$ 16,83 bilhões com o pagamento de tributos federais, estaduais e municipais, das parcelas de concessão e da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) sobre as operações ferroviárias.
Empregos
O setor ampliou as contratações em 8,9% em 2012 na comparação com 2011. A quantidade de trabalhadores passou de 41.455 para 45.153. Desde 1997, o número de empregos diretos e indiretos saltou 171%. Nos próximos três anos, o setor espera contratar mais cinco mil funcionários. As obras de construção da nova malha da Transnordestina, pela Transnordestina Logística (TLSA), e do trecho Alto Araguaia-Rondonópolis, pela América Latina Logística (ALL), na região Centro-Oeste, criaram 11.350 novos postos de trabalho nas ferrovias.
Qualificação
Para atender à crescente demanda por mão de obra qualificada para a área ferroviária, as concessionárias capacitaram 14,1 mil trabalhadores entre 2001 e 2012. Os cursos são voltados para sete funções com maior procura: agente de estação, maquinista, mecânico de manutenção ferroviária, eletricista de manutenção ferroviária, mantenedor de via permanente, técnico em manutenção ferroviária e engenharia ferroviária. No entanto, o número de profissionais qualificados não é o suficiente. Até 2014, o setor precisará de mais 7,5 mil trabalhadores. Atualmente, 48,5% dos funcionários das ferrovias possuem Ensino Médio e 7,1% Ensino Superior completo.
Acidentes
O índice de acidentes registrados em 2012 foi de 12,96 por milhão de trens.km, número considerado aceitável pelos patamares internacionais (entre 8 e 13 ocorrências por milhão de trens.km). Se em 1997 essas ocorrências chegavam a 75,5 por milhão de trens.km, a redução nos últimos 16 anos de desestatização foi de 82,8%. Essa queda, segundo a ANTF, é resultado dos investimentos em novas tecnologias, treinamento e manutenção. A outra parte responsável por essa redução do índice de acidentes são as campanhas educativas, preventivas e de conscientização de segurança promovidas pelas concessionárias nas cidades em que as ferrovias passam. As ações incluem entrega de panfletos e material escolar, palestras, blitze nas passagens em nível, colocação de cartazes em pontos críticos e divulgação na mídia.?
Fonte: ANTF - Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários
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