Publicado em: 18/07/2013 às 18:30hs
Os principais objetivos do País e das nações do continente é a diversificação da pauta de comércio - que muitas vezes fica restrita a commodities - e também aumentar as trocas de serviços. Além disso, as visitas entre representantes oficiais parecem se intensificar. No início do ano a presidente Dilma Rousseff visitou a Nigéria, e na última semana o ministro dos Negócios Estrangeiros deste país, Olugbenga Ayodeji Ashiru, esteve no Brasil. O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota, chegou ontem em Moçambique.
Segundo informações da assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, entre os principais temas que são discutidos nas visitas de autoridades de nações africanas estão também a cooperação técnica, o treinamento de recursos humanos e temas regionais.
De acordo com dados da FTI Consuting Brasil, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o continente africano deva crescer 6% nos próximos seis anos e tem um volume de negócios que representa o quarto maior mercado para a exportação de produtos brasileiros.
Segundo o presidente da empresa, Eduardo Sampaio, este período de crescimento rápido pode trazer uma oportunidade para as empresas brasileiras, pois deve gerar uma maior demanda por produtos e serviços.
"Assim como eles, nós somos um país em desenvolvimento, mas muitas das coisas que são produzidas aqui são rentáveis lá. Tem um pedaço grande da África que é agricultável e o Brasil entende em agricultura. Uma das coisas que o Brasil desenvolveu e hoje vende lá são softwares para serviços", completou Sampaio.
Um exemplo de país africano com pouca variação na pauta comercial é a Nigéria. De acordo com assessoria de imprensa do MRE, 58% do petróleo importado pelo Brasil proveem do país, que é o principal parceiro comercial brasileiro na África.
No último ano, a corrente de comércio entre o Brasil e países africanos, exceto oriente médio, totalizou US$ 26,4 bilhões. Neste ano até junho, o montante foi de US$ 12,8 bilhões.
África do Sul
Um dos países mais desenvolvidos do continente, a África do Sul pretende ajudar o Brasil com a Copa do Mundo de 2014, já que foi a sede do mundial de futebol em 2010. Essa cooperação pode trazer benefícios na relação entre os dois países.
Em entrevista ao jornal DCI, o cônsul econômico da África do Sul, Willen Van Der Spuy, disse acreditar que os recursos similares de empresas no Brasil e no seu país, veio à tona como resultado de serem sedes do campeonato. "Estas capacidades semelhantes servem como base para não só uma maior cooperação em projetos entre os dois países, mas também a cooperação em terceiros mercados", disse.
O cônsul se diz otimista em relação ao comércio de seu país com o Brasil. Ele cita que nesta semana há uma delegação de 17 empresas em visita no Brasil, como parte de uma missão venda externa. "A delegação é focada em produtos direcionados no setor de agroprocessamento, enfocando especificamente em produtos como vinho, suco, chá rooibos (planta típica) , molho de pimenta, pó para milk-shakes, alimentos secos para a saúde e cereais", completou.
Em 2012, o Brasil ficou 27° lugar como um parceiro de exportação e em 15° como um parceiro de importação da África do Sul. O montante do comércio bilateral entre Brasil e África do Sul foi de mais de R$ 4 bilhões em 2012, 2,7% superior a alcançado em 2011.
Moçambique
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, conversou ontem com o chanceler de Moçambique, Oldemiro Baloi, sobre os esforços conjuntos que podem ser feitos para buscar a paz e a estabilidade na África. Patriota também agradeceu o apoio de Moçambique à eleição do diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o embaixador brasileiro Roberto Azevêdo.
Fonte: Canal do Produtor
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