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Agricultura do Oeste baiano precisa de mais energia para crescer

A demanda atual de energia elétrica do Oeste baiano não acompanha o crescimento - em média 10% ao ano - da produção agrícola da região


Publicado em: 19/11/2013 às 15:50hs

Agricultura do Oeste baiano precisa de mais energia para crescer

Projeto de lei aprovado no Congresso amplia a carga horária para uso de energia elétrica na atividade de irrigação. Contudo, a região ainda depende de investimentos na ampliação da rede elétrica local.

Com a lei - que precisa ainda ser regulamentada - o agricultor terá direito a 100 horas semanais para irrigação. Atualmente, ele dispõe de 60 horas. Segundo o coordenador da União dos Municípios do Oeste da Bahia (Umob), Sérgio Pitt, os agricultores terão descontos especiais nas tarifas de energia, que serão concedidos apenas para a atividade de irrigação e aquicultura da região Oeste.

A medida não altera o custo da demanda energética contratada, mas representará redução de até 35% no gasto da energia destinada à irrigação. "Isso aumenta a competitividade do setor e possibilita mais investimentos no Oeste, que cresceu muito e continua crescendo mesmo depois dos problemas climáticos que acometeram as últimas duas safras, assim como os impactos da lagarta (helicoverpa)".

Sistema deficiente

Para continuar crescendo é preciso ampliar o sistema elétrico no Oeste, que é deficiente. Conforme o superintendente de irrigação da Secretaria da Agricultura do Estado da Bahia (Seagri), Marcelo Nunes, a região tem grande potencial de água e terra, mas precisa expandir a rede energética de imediato.

"Sabemos que não é difícil levar mais energia ao Oeste, mas o investimento é alto. A partir da regulamentação da lei, a região começará a ter os investimentos necessários, inclusive aumentar a produção de milho, algodão, enfim, agora é só uma questão de tempo", observa Nunes.

No Oeste baiano existem centenas de agricultores. No cerrado, em escala empresarial, há cerca de 1.600 produtores de milho, soja, algodão, feijão, hortaliças, entre outros.

Os plantios de maior destaque, de acordo com o diretor de Relações Institucionais da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Ivanir Maia, são os de soja e algodão, sendo que ambos são produzidos por meio da irrigação, processo que demanda energia.

"A modalidade de sequeiro, por exemplo, precisa de mais energia, que também é necessária nos processos de armazenagem e beneficiamento, especialmente para o algodão, já que toda produção ocorre em industriais que demandam alta carga de energia", explica Maia.

Coelba

Para atender à necessidade energética urgente do Oeste, a Coelba informa, em nota, que já foram investidos R$ 50,4 milhões na ampliação e qualificação do sistema elétrico da região. E que até 2014, outros R$ 81 milhões em investimentos estão previstos por parte da concessionária com o objetivo de aumentar a oferta de energia elétrica e melhorar a qualidade do fornecimento. Para o diretor da Aiba, Ivanir Maia, a qualidade do fornecimento energético é fundamental para o processo produtivo. "Além da carência energética, ainda há graves problemas com a oscilação da energia, o que afeta diretamente as indústrias e precisa logo de uma solução", avisa.

Fonte: A TARDE On Line

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