Ações como o Programa de Assistência aos Municípios (PAM), o Pró-Município, e programas de irrigação que permitem a fruticultura também no período de estiagem e impulsionam a produção agrícola do Tocantins, atraindo investimentos no setor e movimentando a economia no campo.

Maior produto de exportação do Tocantins, com mais de 746 mil toneladas vendidas ao exterior, a soja em grão vem se firmando como carro-chefe da cultura agrícola do Estado. Contudo, o grão apresenta baixo valor agregado, pois é vendido como matéria-prima para a produção de subprodutos como óleo e farelo para ração animal. Com os recentes avanços na produção, uma importante indústria beneficiadora de soja está sendo instalada no município de Porto Nacional, conforme o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Jaime Café. “O Tocantins vem numa curva vertical na produção de grãos, o que viabiliza a instalação de indústrias a exemplo da Granol, que está em franco andamento de obras para a produção de óleo e soja”, disse.

A partir das atividades da empresa no Tocantins, a produção de óleo de soja irá agregar valor ao grão, além de beneficiar a produção local de rebanhos de diversas espécies, conforme explicou o secretário da Agricultura. De acordo com Café, do óleo de soja é produzido o farelo de soja, um subproduto essencial para o desenvolvimento de cadeias produtivas como a suinocultura, a criação integrada de frango e peixes.

Desta forma, a segunda cadeia produtiva que mais exporta no Tocantins, com um volume de quase 100 mil toneladas em 2013, é favorecida com o beneficiamento da soja. “Mesmo o confinamento bovino exige bastante esse subproduto que é base da alimentação dos bois. A engorda dos animais feita com produto vegetal é uma exigência de outros países que compram a nossa carne”, afirmou.

Fruticultura

Além da soja e da carne, o Estado vem se destacando na produção de frutas como a melancia, o abacaxi a banana e o maracujá, conforme a Seagro. Destes, a melancia se tornou, recentemente um destaque na produção de frutas do Estado, alavancando o Tocantins ao posto de maior produtor do Brasil, principalmente pela produção irrigada da fruta, que coloca melancia no mercado em um período de baixa produtividade brasileira. “Nós abastecemos hoje o mercado brasileiro e alguns países do Mercosul. A partir do mês de maio até setembro ou outubro, a gente ainda está produzindo e encarretando de 300 a 400 caminhões de melancia por dia”, frisou.

O abacaxi, que já foi a principal cadeia fruticultora do Estado, ainda está em alta e continua registrando bons resultados para produtores. A produção do fruto no Estado atingiu um patamar alto, chegando a cerca de 40 milhões de frutos. O grane diferencial do abacaxi tocantinense é a produção no período de dezembro a maio, em que a produção em estados do sudeste e nordeste está em baixa.

Da mesma forma, a banana e o maracujá tem ganhado destaque na produção frutífera do Estado, conforme Café. Por conta dos projetos de irrigação, o maracujá, assim como o abacaxi, é produzido no Tocantins em período de baixa produtividade em outras localidades, o que melhora o preço do produto e beneficia os produtores. “Produtores da Bahia, que encontraram um ambiente muito bom, principalmente no Manoel Alves, que tem uma característica muito boa de clima, relevo, todas as características de solo e água abundante”, explicou.

Ação integrada

Desta forma, ações integradas do governo, como o Programa de Assistência aos Municípios se torna uma importante frente de benefício do escoamento da produção, uma vez que vem recuperando as estradas vicinais de todo o Estado. O programa, lançado oficialmente em junho deste ano, visa recuperar estradas vicinais nos 139 municípios do Tocantins, o que diretamente beneficia produtores agrícolas da região. “Muitos municípios que estavam com uma situação bastante precária, já estão resolvidos”, completou Jaime Café.

Na próxima sexta-feira, 8, o governo do Estado entrega, ainda tratores e equipamentos agrícolas do programa Pró-Município, que beneficiarão cerca de 20 mil famílias de pequenos produtores tocantinenses já para o plantio da safra 2013/2014. “São mais de 1.200 equipamentos que vão facilitar a vida dessas famílias que atuam na ponta, mecanizando sua atividade, além de caminhões que auxiliarão aos produtores a puxar o calcário para mais próximo das lavouras”, frisou o secretário.