Publicado em: 12/11/2025 às 11:45hs
Representantes do agronegócio paranaense encaminharam, na última sexta-feira (7), um documento ao governo federal solicitando ações emergenciais para o setor rural. Entre as principais demandas estão a renegociação de dívidas de produtores afetados por intempéries, reforço no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural e apoio para conter a crise no setor leiteiro.
O ofício foi enviado à ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e aos ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. A proposta foi elaborada em conjunto pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), pelo Sistema Ocepar, Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes-PR).
O documento destaca que os produtores rurais do Paraná vêm enfrentando grandes prejuízos causados por tempestades, ventos fortes e granizo, que atingiram praticamente todo o Estado. Os danos afetaram lavouras, aviários e estruturas de armazenagem, comprometendo a renda de centenas de famílias no campo.
Segundo as entidades, os prejuízos ainda estão sendo calculados, mas já justificam ações emergenciais de crédito e renegociação de dívidas. O objetivo é restaurar a capacidade produtiva dos agricultores e garantir a continuidade das atividades rurais.
Entre as reivindicações, as lideranças do setor solicitam que o governo federal restaure o propósito original da Medida Provisória (MP) 1.314/2025, que prevê o uso de recursos públicos para amortização ou liquidação de dívidas de produtores prejudicados por desastres climáticos.
De acordo com o documento, o Conselho Monetário Nacional (CMN) publicou a Resolução nº 5.247, em 19 de setembro de 2025, impondo critérios restritivos que excluem boa parte dos produtores paranaenses. Apenas 120 municípios do Estado se enquadraram nas condições exigidas e, destes, somente 50 atendem ao requisito adicional de perda mínima de 20% em dois dos três principais cultivos municipais.
As entidades pedem que o governo reavalie esses critérios e retome o escopo original da MP, permitindo que o auxílio alcance os produtores realmente afetados, sem entraves burocráticos.
“É necessário um novo mecanismo de socorro aos produtores atingidos, garantindo que o apoio chegue a quem mais precisa”, reforça o documento.
O setor produtivo também cobra que o governo libere os recursos para o pagamento da subvenção ao prêmio do seguro rural já contratados, garantindo a cobertura das apólices e o funcionamento regular do programa.
Outro ponto sensível é a crise enfrentada pelos produtores de leite, que, segundo o documento, vivem uma combinação preocupante de fatores:
As entidades ressaltam que o leite é base econômica de centenas de municípios paranaenses, mas o endividamento dos produtores cresce em ritmo acelerado, colocando em risco a sustentabilidade da atividade.
A iniciativa de articulação liderada pelo Sistema Ocepar está inserida no Projeto 6 – Formas de Financiamento para o Cooperativismo, que compõe o Plano Paraná Cooperativo 300 (PRC300), o planejamento estratégico de desenvolvimento sustentável do cooperativismo paranaense.
O PRC300 é formado por 30 projetos distribuídos em 12 eixos estratégicos, como representação institucional, sustentabilidade, inovação, desenvolvimento humano, governança, infraestrutura e intercooperação.
A mobilização em torno da renegociação de dívidas e das medidas de apoio ao setor agropecuário reforça o compromisso das entidades com a defesa do produtor rural paranaense e a busca por políticas públicas que assegurem a continuidade da produção.
Fonte: Portal do Agronegócio
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