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RELAÇÕES EXTERNAS: Brasil e Alemanha buscam impulso comercial

Em busca de uma agenda positiva, a presidente Dilma Rousseff pediu à chanceler Angela Merkel investimentos no programa de concessões de infraestrutura e empenho da Alemanha nas negociações de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia


Publicado em: 26/08/2015 às 18:50hs

RELAÇÕES EXTERNAS: Brasil e Alemanha buscam impulso comercial

Em busca de uma agenda positiva, a presidente Dilma Rousseff pediu à chanceler Angela Merkel investimentos no programa de concessões de infraestrutura e empenho da Alemanha nas negociações de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, além de ter garantido que as novas metas brasileiras para redução das emissões de gases do efeito­estufa até 2030 serão anunciadas em setembro.

Interesse - Merkel disse que há interesse nos leilões de infraestrutura e se comprometeu a pressionar Bruxelas, sede da Comissão Europeia, por mais velocidade nas negociações comerciais. A troca de ofertas entre os dois blocos está prevista para o último trimestre deste ano. "Em tempos econômicos difíceis no mundo, abordamos a cooperação em nível econômico", afirmou a chanceler, em uma declaração conjunta, no Palácio do Planalto. "O Mercosul é bastante heterogêneo, mas o Brasil é a liderança. Vamos trabalhar com a Comissão Europeia para acelerar as negociações pelo acordo Mercosul­UE", resumiu.

Copa do Mundo - A goleada de 7 a 1 na semifinal da Copa do Mundo foi o cardápio em todas as mesas nas quais 12 ministros e vice-ministros alemães se distribuíram na quarta­feira à noite, no Palácio da Alvorada, em jantar informal com seus colegas brasileiras para dar pontapé inicial nos trabalhos. "Foi o assunto inevitável para quebrar o gelo", confessou um dos participantes. Ele relatou que a própria Merkel tomou a iniciativa de provocar Dilma graciosamente. "Eu sei que as consequências do 7 a 1 podem ser dramáticas para a Alemanha", afirmou a chanceler, segundo os relatos, temendo uma vingança da seleção brasileira.

Sintonia - Com abraços fraternos, frequentemente sem a ajuda de intérpretes, Dilma e Merkel demonstraram bastante sintonia em todos os momentos. Elas fizeram uma declaração específica sobre mudanças climáticas em que reconhecem o "papel decisivo" dos dois países na tentativa de limitar em dois graus centígrados o aumento da temperatura média global até o fim do século. Dilma prometeu anunciar no mês que vem as metas brasileiras de redução dos gases­estufa para a COP 21, a conferência internacional do clima em Paris, marcada para dezembro.

Desmatamento zero - Ela preferiu não antecipar nada e apenas repetiu a promessa, feita durante sua visita à Casa Branca, de reduzir para zero o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030. O estilo alemão impediu a comitiva chefiada por Merkel, no entanto, de evitar um discurso franco sobre o país.

Segurança regulatória - O vice­ministro das Finanças, Jens Spahn, recomendou mais segurança regulatória para viabilizar investimentos nas concessões de infraestrutura. "Estou bem impressionado com o plano de investimentos do governo [brasileiro] por todo o país. Cinco mil quilômetros de rodovias é bem impressionante."

Ponderação - Questionado se as companhias alemães vão entrar nos leilões, no entanto, Spahn fez uma ponderação. "Na verdade, para fazer isso [investir], precisamos talvez de outro tipo de regulação, para tornar [as oportunidades] mais atraentes para os investimentos. Você precisa de mais segurança. Queremos que mais empresas alemãs invistam, mas é preciso que o quadro seja mais interessante do que hoje. Você precisa de segurança sobre impostos, por exemplo", comentou.

Oportunidades - O ministro dos Portos, Edinho Araújo, se animou com as perspectivas abertas. "Eles ficaram de levar as oportunidades para os empresários alemães", disse Edinho, que apresentou os planos de arrendamentos de terminais portuários.

Kátia Abreu - No mesmo estilo direto dos germânicos, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, abordou as dificuldades para um acordo Mercosul­UE e garantiu ao colega alemão que o bloco sul­americano está pronto para fazer sua proposta. Em resposta, o ministro da Alemanha teria dito que "tudo que é bom demora um pouco, mas esse acordo está demorando demais".

Fonte: Informe OCB

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