Publicado em: 24/06/2025 às 09:30hs
A Reforma Tributária, aprovada em 2023 e regulamentada pela Lei Complementar 214/25, introduz um modelo híbrido dentro do Simples Nacional que deve levar micro e pequenas empresas a repensarem seu planejamento tributário, com o apoio fundamental de contadores especializados.
A principal mudança consiste na possibilidade de recolhimento de tributos como a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) “por fora” do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS). Esse modelo cria obrigações distintas e novas exigências operacionais, com impacto direto nas rotinas fiscais das empresas.
Fernando José, head de operações da Agilize Contabilidade, destaca que a escolha entre manter o recolhimento “por dentro” ou migrar para o modelo “por fora” exige análise técnica detalhada.
Para empresas que prestam serviços a outras pessoas jurídicas, o recolhimento “por fora” pode ser vantajoso, pois possibilita o aproveitamento de créditos tributários pelos clientes.
Já quem atende principalmente pessoas físicas pode se beneficiar em manter o modelo atual.
Os profissionais de contabilidade terão papel estratégico para orientar as empresas na adequação dos sistemas, na revisão das rotinas de emissão de notas fiscais e na garantia do cumprimento das novas exigências documentais que habilitam a transferência de créditos tributários.
Outro desafio envolve a cobrança de impostos seletivos sobre setores específicos, como bebidas, tabaco e combustíveis. Isso pode exigir das microempresas ajustes na precificação e revisão dos contratos com fornecedores, para lidar com a tributação adicional.
Apesar de a reforma não aumentar as alíquotas do Simples Nacional, ela impõe novas obrigações que podem complicar o controle financeiro dos negócios. Por isso, os empresários devem buscar um diagnóstico detalhado com seus contadores sobre os efeitos da reforma em seu modelo de operação.
A transição entre os modelos está prevista para ocorrer até 2032. Atualmente, o Simples Nacional engloba mais de 20 milhões de CNPJs ativos, que representam cerca de 70% dos empregos formais no Brasil. Esse cenário reforça a importância da preparação antecipada das empresas para a nova realidade tributária.
Fernando José ressalta que a reforma pode simplificar o sistema tributário, mas seu sucesso depende do entendimento e da adaptação dos empresários às mudanças.
“Só haverá ganhos efetivos se houver conscientização sobre os impactos e suporte técnico para implementar os novos controles”, finaliza.
As informações aqui apresentadas refletem a legislação vigente até junho de 2025 e podem ser atualizadas conforme novas regulamentações da Reforma Tributária forem publicadas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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