Publicado em: 09/06/2014 às 18:40hs
A disponibilidade de crédito de R$ 25 bilhões para a armazenagem ajuda o setor a melhorar um dos principais gargalos da produção.
Mas a evolução da armazenagem gerada por esses investimentos pode se tornar apenas um paliativo no curto prazo, avalia o Rabobank, instituição financeira especializada no agronegócio.
Ao lançar o programa de expansão de armazenagem, em 2013, o governo estimou um avanço de 60 milhões a 70 milhões de toneladas na capacidade.
Com isso, o país alcançaria de 205 milhões a 215 milhões de toneladas em capacidade estática em 2018. É um bom avanço, mas a produção de soja e de milho deverá crescer 27% nos próximos anos, segundo estimativas do banco.
Se confirmada essa estimativa, a produção desses dois itens subiria dos atuais 160 milhões de toneladas para 210 milhões em 2023.
Os analistas do banco dizem, ainda, que parte dos investimentos será destinada à reforma de armazéns, e não ao aumento de capacidade.
Na avaliação do Rabobank, os recursos anunciados devem ser insuficientes em relação à expectativa do crescimento de produção de grãos.
A armazenagem insuficiente e a necessidade de escoamento da safra no período de colheita continuam afetando o bolso do produtor.
Os números de Mato Grosso confirmam essa tese, segundo o banco. No período de safra, em março, os preços praticados no Estado têm queda de 26% em relação aos da Bolsa de Chicago. Em outubro, na entressafra, essa queda é de apenas 7%.
Portanto, a falta de armazenagem provoca não ape- nas longas filas nos portos mas enormes perdas nas receitas potenciais dos produtores, apontam os analistas do Rabobank.
Fonte: Folha de S. Paulo
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