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Presidente Bolsonaro quer ampliar as exportações e investimentos com os países árabes

Em seu pronunciamento no Fórum Econômico Brasil& Países Árabes, o presidente afirmou ser prioritário o crescimento econômico e comercial entre os dois povos


Publicado em: 20/10/2020 às 14:10hs

Presidente Bolsonaro quer ampliar as exportações e investimentos com os países árabes

"É uma grande satisfação poder participar do Fórum Econômico Brasil & Países Árabes. O Brasil confere uma especial atenção ao relacionamento com o mundo árabe, que tem uma participação importante na formação de nossa sociedade por meio dos muitos imigrantes que chegaram ao nosso país. Pretendemos continuar a estreitar os nossos laços históricos, culturais e de amizade que unem os nossos povos. Também é nosso desejo aproveitar o enorme potencial que ainda há para ser explorado nos mais diversos setores e abrir novas frentes de diálogo, cooperação de trabalho pela prosperidade das nossas nações". 

A declaração foi feita hoje pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, na abertura do Fórum Econômico Brasil & Países Árabes, organizado pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, que será realizado no período de 19 a 22 de outubro. Este ano, será uma edição especial no formato online com a participação de várias autoridades brasileiras e dos 22 países que fazem parte da Liga Árabe. A temática do Fórum Econômico é "O Futuro é Agora" e objetiva promover e estreitar as relações comerciais e culturais entre os países, propondo uma reflexão sobre como essas relações podem evoluir e se fortalecer de forma sustentável. 

O presidente Bolsonaro recordou de sua visita aos Emirados Árabes Unidos, Catar e Arábia Saudita no ano passado e ressaltou ser uma "evidência inequívoca" do interesse brasileiro para fortalecer as relações econômico-sociais com os países da Liga Árabe. Ele recordou da confiança da Arábia Saudita em investir valor de até US﹩ 10 bilhões por meio do Fundo de Investimento Público daquele país. 

Destacou ainda a importância de aproveitar a infraestrutura e logística dos países árabes para diversificar e expandir o acesso de produtos brasileiros. Lembrou que existem cerca de 30 empresas brasileiras que possuem escritórios comerciais ou unidades de produção no Oriente Médio e ressaltou que foi "com grande alegria" que tomou conhecimento da abertura em Dubai, em fevereiro de 2019, do escritório da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. 

Outro ponto relevante foi o aumento expressivo dos investimentos de países como Emirados Árabes Unidos, Catar e Kuwait no mercado brasileiro. "Tenho certeza de que vamos multiplicar esses números e já tomamos inúmeras medidas que permitirão a retomada do crescimento econômico e sustentável do Brasil pós pandemia da Covid-19". 

Ele observou que de janeiro a agosto de 2020 as exportações de carne totalizaram US﹩ 4,8 bilhões e previu que o país deverá alcançar o valor exportado em 2019, de US﹩ 4,9 bilhões. Na mesma linha, o presidente Bolsonaro afirmou que a produção brasileira de alimento halal, que respeita a tradição e regras da religião muçulmana, é sinônimo de qualidade e confiança. "Os países árabes podem contar com o Brasil como parceiro estratégico na garantia de sua segurança alimentar e estamos prontos para abrir novas frentes de diálogo com objetivo de estabelecer marcos regulatórios capazes de ampliar os investimentos entre o Brasil e a Liga Árabe". 

O presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Rubens Hannun, destacou no seu pronunciamento que brasileiros e árabes mantém uma relação bilateral que é um exemplo para o mundo. Observou que a Liga Árabe é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil no exterior, sendo o segundo no agronegócio. 

Porém, assinalou Rubens Hannun, ainda é pouco. Segundo ele, é preciso ampliar os esforços para ampliar o fluxo de capitais por meio de novos acordos bilaterais. Por exemplo, acordos de não bitributação e de proteção aos investimentos internacionais aportados no país. 

Nesta linha, a Câmara Árabe elaborou uma série de ações estratégicas que serão apresentadas no Fórum Econômico. Entre elas, a assinatura de acordos nas áreas comercial e logística, com base na valorização dos hubs de comércio já consolidados e em consolidação nos países árabes, visando a criação de rotas marítimas diretas entre o Brasil e os portos árabes. 

Também ressaltou a importância de adotar novas iniciativas com objetivo de desburocratizar e dar segurança aos processos de exportação e importação de mercadorias. Além da questão segurança alimentar, o Brasil deve explorar novas sinergias com as nações árabes nas áreas de energia, inovação tecnológica, preservação ambiental e produção sustentável, disse Hannun. 

O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abou Al Ghait, manifestou "grande satisfação" em participar do Fórum Econômico Brasil & Países Árabes, pois será uma excelente oportunidade para ampliar as relações comerciais e econômicas entre os dois povos. Segundo ele, o evento contribuirá para estreitar "os nossos laços históricos, culturais e econômicos", tornando-se um importante vetor para explorar novas formas de cooperação entre árabes e brasileiros. 

Na mesma linha, o ministro das Relações Internacionais e Cooperação dos Emirados Árabes Unidos (EAU), Ahmed Ali Al Sayegh, afirmou que, ao longo dos últimos anos, tem evoluído o relacionamento comercial e de investimentos entre os Emirados Árabes e o Brasil. Ele acredita que existe espaço para crescer ainda mais o comércio bilateral entre os dois mercados destacando que o Brasil deve avaliar novas oportunidade de negócios como, por exemplo, o maior uso dos portos árabes. Destacou que outras áreas têm potencial como tecnologia, inovação e energia. 

A sessão de abertura do Fórum Econômico foi encerrada pelo secretário-geral da União das Câmaras Árabes, Khaled Hanafy. Ele assinalou "estar muito contente" em participar desse evento, que teve ser realizado por meio de uma plataforma digital por causa da pandemia. 

"A realização do Fórum é uma prova da nossa capacidade em enfrentar desafios", afirmou Hanafy, acrescentando que a União das Câmaras Árabes representa o setor privado de 22 países árabes e que a entidade tem se empenhado em aumentar as relações econômicas entre os dois povos. Ele observou que ainda é pequeno o fluxo comercial árabe-brasileiro e que é preciso "abrir as portas" para que cresça tanto as importações como exportações. 

Fonte: A4 Holofote

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