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Plano Safra 2024/2025 destinará R$ 540 bilhões para o setor agrícola

Aumento significativo de 25% em relação ao plano anterior


Publicado em: 07/06/2024 às 11:10hs

Plano Safra 2024/2025 destinará R$ 540 bilhões para o setor agrícola

O Plano Safra 2024/2025 está praticamente definido e promete destinar R$ 540 bilhões para custeio e investimento de grandes, médios e pequenos agricultores. Esse montante representa um aumento de cerca de 25% em relação ao plano anterior, que disponibilizou R$ 435 bilhões. O valor inclui R$ 272,1 bilhões para custeio e comercialização, R$ 92,1 bilhões para investimento, e R$ 71 bilhões para a agricultura familiar.

O avanço nas discussões ocorreu após uma reunião realizada em São Paulo, aproximadamente um mês atrás, entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e representantes dos setores de máquinas agrícolas, agroindústrias e proteína animal. O encontro, organizado pelo Ministério da Agricultura, tinha o objetivo de convencer o responsável pelo orçamento federal a elaborar um Plano Safra com mais crédito e taxas de juros reduzidas.

Para embasar a importância das medidas, foram apresentados dados técnicos que demonstram a necessidade de manter o agricultor competitivo, gerando emprego e renda. Essa reunião preparatória possibilitou que o Ministério da Agricultura consolidasse o Plano Safra com a equipe econômica da Fazenda. Na última segunda-feira, 27 de maio, os detalhes foram praticamente finalizados, com o anúncio oficial previsto para o fim de junho.

Setor Produtivo Reconhece Esforço Governamental

O Governo Federal conseguiu demonstrar aos representantes do setor produtivo sua sensibilidade às demandas do agronegócio. Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), destacou o "esforço muito forte do ministro Fávaro" e o "trabalho intenso do Neri" Geller, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. Paulo Bertolini, presidente da Abramilho, ressaltou a boa vontade e sensibilidade do governo, mas enfatizou a necessidade de ações concretas.

Recursos para Inovação, Sustentabilidade e Armazenagem

Ricardo Santin aproveitou a oportunidade para reforçar, em conversas com o presidente Lula, o papel do agronegócio na balança comercial brasileira, mencionando que bovinos, suínos e aves trouxeram mais de R$ 1 trilhão em exportações nos últimos 20 anos. Ele defendeu mais recursos para programas como o Inovagro e o Moderagro, além de um aumento no limite de financiamento para aviários.

Paulo Bertolini, da Abramilho, destacou a necessidade urgente de investimento em armazenagem, estimando em R$ 15 bilhões o valor necessário apenas para acompanhar o crescimento da agricultura brasileira. No atual Plano Safra, foram destinados R$ 6,6 bilhões para o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA).

Taxas de Juros Reduzidas para Programas Estratégicos

Além do aumento significativo nos recursos para custeio e investimento, o novo Plano Safra deverá contar com taxas de juros reduzidas, variando entre 7,5% e 8,5%, conforme solicitado pelo setor. O Moderfrota, por exemplo, terá taxas em torno de 8,5%, enquanto o Inovagro passará de 10,5% para 7,5%.

R$ 2,5 Bilhões para o Seguro Rural

Uma das principais reclamações do setor é o valor destinado ao Seguro Rural, que no plano atual ficou abaixo de R$ 1 bilhão. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sugere um mínimo de R$ 3 bilhões, mas o governo deve alocar R$ 2,5 bilhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (SPR). Pequenos e alguns médios agricultores continuam sendo atendidos pelo Proagro, que está em processo de revisão de regras para uma economia de R$ 2,9 bilhões, valor que pode ser redirecionado ao SPR.

Os recursos específicos para agricultores familiares ainda não foram definidos, conforme informou o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Ele sugere que o anúncio ocorra em um Plano Safra separado, dedicado exclusivamente aos pequenos agricultores.

Fonte: Portal do Agronegócio

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