Publicado em: 15/08/2024 às 19:00hs
Na quinta-feira (15), Brasil e China celebram 50 anos de relações diplomáticas, uma trajetória marcada por uma parceria comercial de sucesso, especialmente no setor agropecuário. O agronegócio brasileiro tem motivos de sobra para comemorar, já que mais de um terço de suas exportações tem como destino o gigante asiático.
A colaboração entre os dois países é resultado do esforço contínuo de produtores rurais brasileiros de diversas regiões e cadeias produtivas, que têm se dedicado a atender às demandas do mercado chinês. Em 2023, 36% das exportações agropecuárias brasileiras foram direcionadas à China, seguida pela União Europeia, com 13%, e pelos Estados Unidos, com 5,9%. Entre os principais produtos exportados para a China no ano passado, destacam-se a soja em grãos, a carne bovina in natura e a celulose.
Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ressaltou que o crescimento das importações chinesas tem sido um fator fundamental para a consolidação do Brasil como um dos maiores fornecedores de alimentos do mundo. “Um exemplo claro é o milho. Em 2022, a China abriu seu mercado para o grão, e, no ano seguinte, nos tornamos o maior exportador mundial de milho graças às compras chinesas”, afirmou Mori.
A evolução dessa parceria comercial ao longo dos anos é impressionante. Em 2000, o Brasil exportou cerca de US$ 20,5 bilhões em produtos agropecuários, dos quais US$ 561 milhões, ou 3%, foram destinados à China. Já em 2023, o valor das exportações do setor agropecuário brasileiro atingiu US$ 166,5 bilhões, com US$ 60,2 bilhões destinados ao país asiático, representando 36% do total.
Há mais de uma década, China, Estados Unidos e União Europeia figuram como os três principais destinos das exportações agropecuárias brasileiras, com a China liderando essa lista desde 2013. Com uma população superior a 1 bilhão de pessoas, a segurança alimentar é uma prioridade para o governo chinês, e o Brasil tem se destacado como o principal fornecedor de alimentos para o país.
“Apesar desse sucesso, ainda não atingimos nosso potencial máximo na produção agropecuária. Há muito espaço para crescimento e para fortalecer essa cooperação”, afirmou Sueme Mori. Ela também destacou que a China, com seu vasto mercado, oferece inúmeras oportunidades para diversificação das exportações brasileiras, sem a necessidade de reduzir os volumes já exportados. Nesse contexto, o projeto Agro.BR, uma parceria entre a CNA e a Apex-Brasil, ganha destaque. “A China é um dos mercados prioritários do projeto, e temos um escritório em Xangai para apoiar os pequenos e médios produtores rurais no processo de internacionalização e diversificação de produtos”, explicou Mori.
Além da dimensão comercial, a relação Brasil-China se estende a investimentos, tecnologia e outros temas de interesse mútuo no cenário internacional. “Este relacionamento de 50 anos ainda tem um grande potencial de crescimento. Podemos colaborar com a China em diversos setores. O desenvolvimento tecnológico deles é impressionante e pode ser integrado à nossa produção agropecuária”, concluiu Mori.
Fonte: Portal do Agronegócio
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