Publicado em: 19/05/2025 às 10:55hs
O Governo do Paraná oficializou as regras para que empresas e cooperativas agrícolas possam utilizar créditos acumulados de ICMS como forma de investimento na cadeia produtiva agroindustrial do estado. A regulamentação, assinada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, estabelece a devolução desses créditos via Sistema de Controle da Transferência e Utilização de Créditos Acumulados (Siscred), beneficiando diretamente quem investir em cotas do Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Paraná FIDC).
A iniciativa faz parte do programa estadual que atua como uma versão paranaense do Plano Safra, criado para oferecer alternativas de financiamento ao setor agropecuário.
O Decreto nº 9.951/2025 define que a transferência do crédito de ICMS poderá ser feita a partir da integralização da cota no FIDC, ou seja, quando o investidor aplicar recursos no fundo. A utilização do valor será dividida em 24 parcelas mensais, e poderá abater até 100% do saldo devedor próprio do ICMS no período de apuração.
No entanto, os créditos não poderão ser utilizados para quitar ICMS devido por substituição tributária, limitando seu uso a operações próprias da empresa ou cooperativa.
De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, essa medida representa uma forma eficaz de injetar recursos diretamente no setor agropecuário. “Na prática, é dinheiro na veia para financiar a instalação de aviários, chiqueiros, aumentar a produção de leite e construir novas agroindústrias”, exemplificou o secretário.
O modelo fortalece as cadeias produtivas locais, promovendo geração de valor no campo e ampliando a capacidade de produção e industrialização dos produtos paranaenses.
O FIDC Agro Paraná funciona como um fundo principal, no qual empresas integradoras e cooperativas podem criar fundos vinculados, permitindo condições facilitadas de crédito aos produtores rurais para aquisição de máquinas, equipamentos, sistemas de irrigação, infraestrutura de armazenagem e logística.
“Essa é uma nova e inteligente forma de financiar a expansão da produção agroindustrial. É um modelo que nasceu no Paraná e que já está sendo replicado em outros estados do Brasil. É um orgulho para nós”, destacou Ortigara.
Lançado em abril na Bolsa B3, o FIDC Agro Paraná oferece alternativas complementares ao Plano Safra nacional, permitindo novos caminhos de crédito para o setor rural. O governo estadual pretende aportar R$ 350 milhões no fundo, com a projeção de movimentar até R$ 2 bilhões em novos negócios no campo.
Além do impacto econômico, a proposta visa também contribuir para a segurança alimentar, sustentabilidade ambiental e fortalecimento das comunidades rurais. Os recursos podem ser destinados a projetos como expansão da produção, irrigação, modernização de equipamentos e estrutura de armazenagem.
Com um modelo inovador e inédito no Brasil, o Paraná se posiciona como referência na construção de soluções inteligentes para o desenvolvimento do agronegócio regional.
Fonte: Portal do Agronegócio
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