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Ministro deve deixar o cargo até abril

Durante o levantamento da estimativa de safra da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), que ocorreu na manhã desta terça, dia 10, em Brasília (DF), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade (PMDB-MG), afirmou que deve deixar o cargo até abril de 2014. Ele tentará se eleger como deputado estadual ou federal


Publicado em: 11/09/2013 às 11:00hs

Ministro deve deixar o cargo até abril

Andrade acrescentou que se a presidente Dilma Rousseff solicitar sua permanência até o fim do mandato, ele deve cumprir, mas que a intenção é sair antes. O peemedebista assumiu o comando da pasta no dia 16 de março, em substituição a Mendes Ribeiro Filho, do mesmo partido, que se afastou para tratar de um câncer.

Em seu mandato, Andrade anunciou o maior Plano Safra da história, que prevê R$ 136 bilhões em recursos para 2013/2014, e de importantes negociações com mercados internacionais, que mantinham embargo à carne brasileira. No Plano, está previsto o repasse de verbas para a logística e a construção de armazéns, áreas que receberão R$ 25 bilhões nos próximos cinco anos.

Em junho, a Ucrânia passou a comprar suínos do Brasil e reabilitou um comércio que estava suspenso desde março. O Rosselkhoznadzor, serviço de fiscalização veterinária e fitossanitária da Rússia, ao longo deste ano, autorizou algumas plantas frigoríficas de carne bovina do Brasil a exportarem para o país, e iniciou o embarque de carne de cavalo brasileira.

Em maio, depois de sete anos de diálogo entre autoridades, o Japão voltou a adquirir carne suína de frigoríficos catarinenses. Outra negociação de destaque ocorreu com o México, que confirmou a importação de carne de frango brasileira, se posicionando como um mercado de forte potencial de compra.

Nesses seis meses no comando do Ministério da Agricultura, o peemedebista, no entanto, foi alvo de denúncias de corrupção que ganharam evidência na mídia. Nas últimas semanas, fiscais federais agropecuários mantiveram críticas ao ministro, alegando "apadrinhamento político" dentro da pasta. A indicação de Rodrigo Figueiredo, ex secretário-executivo do Ministério das Cidades no governo Lula, para o comando da Secretaria de Defesa Agropecuária foi um dos motivos que culminaram na greve nacional da categoria. Representados pelo Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), os trabalhadores realizaram prostestos em todo o país contra a escolha de políticos para cargos técnicos do ministério.

Em março, o ministro foi acusado de manter ligação com um abatedouro clandestino na cidade de Vazante, onde ele supostamente possuía um rebanho de quase três mil cabeças de gado, segundo a revista Veja. Andrade negou as acusações e afirmou que só comercializa animais com grandes frigoríficos. Também veio à tona uma denúncia de que o ministro teria autorizado uma operação para financiar a campanha do opositor Partido Progressista (PP) no município de Santos Dumont, em Minas Gerais, quando era presidente do PMDB estadual.

A revista IstoÉ informou ter obtido uma gravação na qual o político confirmaria o repasse de R$ 100 mil ao PP. Em nota, o PMDB informou que o procedimento de doação realizado pela direção partidária "encontrava-se contabilizado, amparado em documentos comprobatórios, bem como em consonância com a legislação eleitoral", e que a tese de utilização de caixa dois "é equivocada".

No mês passado, a revista Época reportou um suposto esquema de corrupção entre o governo e a Petrobras, que incluiu Andrade. Segundo o engenheiro de carreira da empresa e ex-diretor da BR Distribuidora, João Augusto Rezende Henrique, o político seria um dos integrantes de um esquema que favorecia parlamentares do PMDB e a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010. Segundo Henrique, todos os contratos na área internacional da estatal tinham de passar por Andrade, que cobrava um pedágio dos empresários interessados.

O último escândalo foi sugerido pelo presidente da Anffa Sindical, Wilson Roberto de Sá. Ele afirmou que Andrade compactuava com uma tentativa de corromper um processo licitatório de fornecedoreas para a modernização do Laboratório Nacional Agropecuário de Minas Gerais. Na ocasião, o Ministério da Agricultura afirmou que só se pronunciaria quando recebesse a denúncia formalmente.

Fonte: So Notícias/Agronotícias

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