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Marina Silva nega restrições aos produtores rurais

A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, provável vice na chapa de Eduardo Campos ao Palácio do Planalto no ano que vem, afirmou ontem em São Paulo que Rede e PSB não fazem qualquer restrição ao agronegócio


Publicado em: 29/11/2013 às 19:20hs

Marina Silva nega restrições aos produtores rurais

Marina Silva lembrou que durante a votação do novo Código Florestal, em março deste ano, lideranças da Rede sempre buscaram o diálogo com o setor e que não será diferente no futuro.

"A Rede Sustentabilidade sempre teve uma prática de diálogo com todos os setores. Quem participou do esforço que fizemos na votação do Código Florestal sabe que esse setor defende o desenvolvimento sustentável, defende que é possível aumentar a produção com ganho de produtividade e não com expansão predatória da fronteira agrícola. Fizemos um diálogo profundo com todos os setores", argumentou a ex-senadora durante lançamento do portal www.mudandobrasil.com.br, plataforma digital que vai acolher propostas de internautas a serem incluídas no programa de governo de Eduardo Campos.

A seguir, a ex-senadora justificou que "a ideia é de que nós devemos ter um modelo de desenvolvimento para o Brasil que seja capaz de sair do modelo insustentável para um modelo capaz de sustentar as bases naturais do seu desenvolvimento. Quem tem essa compreensão não tem nenhuma dificuldade de fazer esse diálogo, que está sendo aprofundado agora pela Rede e pelo PSB".

Marina ponderou ainda que não se pode ficar preso a rótulos nesse momento. Ela lembrou que, por muito tempo, os ambientalistas apelaram aos "desenvolvimentistas" para fazer alguma coisa pelo meio ambiente e que hoje percebe que os empresários é que fazem esse mesmo apelo aos ambientalistas em prol do desenvolvimento.

Completou que atores do agronegócio tem se preocupado cada vez mais com práticas sustentáveis. "Não imagino que ninguém tenha posição contrária em preservar as bases do nosso desenvolvimento", disse ela.

Eduardo Campos tem se reunido com lideranças do agronegócio com vistas a reconstruir as pontes aparentemente implodidas com o setor devido ao apoio de Marina Silva ao seu projeto presidencial. Provável candidato do PSDB ao Planalto, o senador Aécio Neves deve iniciar sua agenda com o agronegócio na próxima semana, quando deve se reunir com dirigentes do setor na capital paulista.

Alianças e carrapatos

Marina Silva e Eduardo Campos enfatizaram que PSB e Rede, com o portal colaborativo anunciado ontem, dão mais um passo na construção de um diálogo com a sociedade e os especialistas na construção de um programa de governo e que este instrumento é que irá nortear as parcerias na eleição nacional e nos estados.

Questionados sobre as movimentações de Eduardo Campos no diálogo com partidos como PPS e PDT, Marina afirmou que esses diálogos não representam incoerência política. Fazendo alusão a carrapatos que tiram sangue de suas presas, Marina comparou que, sem citar nomes, "tem gente que já tem alianças que são verdadeiros carrapatos, que não conseguem retirar mesmo que estejam retirando sangue". Para ela, Rede e PSB fazem movimento diverso desse colocando o plano de governo como condicionante às alianças futuras. "As conversas nós estamos fazendo com aqueles que têm igual interesse em conversar programaticamente. A conversa com o PPS nós estávamos fazendo. Era até uma opção considerada de que a Rede pudesse ir para o PPS, como era previsível por muitos".

Em relação às alianças nos estados, Marina confirmou que a Rede vai trabalhar para que o PSB tenha o maior número de candidaturas próprias.

Diálogo aberto

"Vamos defender a tese da candidatura própria. O debate se dará entre os partidos que compõem essa aliança. Já temos diálogo aberto entre PPS, Rede e PSB. Defendemos uma tese e estamos abertos ao debate".

Enquanto Marina Silva comentou não ter uma nenhuma ansiedade tóxica com as pesquisas eleitorais, Eduardo Campos comentou que a recente pesquisa Ibope mostrou, além da queda da preferência dos candidatos de oposição ao governo Dilma Rousseff, que 70% da população pediam mudanças.

"Setenta por cento da população desejam o debate do futuro do País, o que é necessário fazer para que o País melhore, para que a gente possa ser crescimento, geração de trabalho, de oportunidades, preservar as conquistas, aliviar o forte endividamento das famílias brasileiras, disse Campos.

O pernambucano acrescentou que todos sabem que o País precisa melhorar sua infraestrutura, investimentos, que o orçamento fiscal brasileiro não tem estrutura para dar respostas para a melhoria da economia.

Para ele, a discussão sobre privatizações e concessões que opõe petistas e tucanos, não interessa ao PSB e à Rede.

"Ficar discutindo se a concessão é do meu governo ou do seu governo, é secundário. O fato é que nós retardamos a decisão do governo de fazer concessões".

Questionado sobre as denúncias de formação de cartel e de pagamento de propinas a agentes públicos e políticos no setor metroferroviário do estado, Campos defendeu a apuração transparente das denúncias.

Fonte: DCI - Diário do Comércio & Indústria

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