Publicado em: 12/06/2025 às 09:00hs
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) intensificou suas ações de prevenção contra pragas agrícolas por meio do uso de armadilhas instaladas em locais estratégicos. O foco do monitoramento é a Lobesia botrana, conhecida como traça europeia dos cachos da videira, uma praga quarentenária que não está presente no Brasil, mas representa alto risco para a produção de uvas.
A cada 15 dias, auditores fiscais do Mapa visitam 15 pontos estratégicos em São Paulo para inspecionar armadilhas instaladas com o objetivo de identificar precocemente a presença da praga. Esse trabalho faz parte da rotina da Defesa Agropecuária nacional e integra o Plano Nacional de Prevenção e Vigilância da Lobesia botrana, regulamentado pela Portaria nº 33, de 29/01/2020.
A Lobesia botrana é uma mariposa que ataca os cachos de uva, abrindo caminho para doenças fúngicas e podendo provocar prejuízos econômicos e ambientais. A praga é comum no Mediterrâneo, além de estar presente em países como Estados Unidos, Argentina e Chile.
O Brasil, por meio do monitoramento rigoroso, comprova sua ausência e fortalece medidas legais para impedir a entrada de produtos contaminados.
O equipamento usado é a armadilha do tipo Delta, que utiliza feromônio sexual químico para atrair os insetos. O material é importado com autorização do Mapa pelas representações do Rio Grande do Sul e Paraná, sendo distribuído aos estados que participam do monitoramento: RS, SC, PR, SP, MG, BA e PE.
Ao se aproximar da armadilha, o inseto é atraído pelo feromônio e fica preso em uma base adesiva, sem possibilidade de fuga.
Desde 2018, o Estado de São Paulo mantém o monitoramento durante as duas safras da videira – a tradicional e a de poda verde. A quantidade de insetos suspeitos capturados é baixa, mas basta um único exemplar para ativar o sistema de alerta.
As amostras são encaminhadas para análise no laboratório da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves (RS). Segundo o pesquisador Marcos Botton, que conduz os exames, todas as amostras suspeitas analisadas em 2025 não correspondiam à Lobesia botrana.
“Recebi as quatro amostras deste ano, e nenhuma delas era Lobesia. Isso mostra que, felizmente, essa praga ainda não está presente nas videiras brasileiras”, afirmou Botton.
A chefe do Serviço de Fiscalização de Insumos e Sanidade Vegetal de São Paulo (Sisv-SP), Carolina de Araújo Reis, explica que o número de verificações varia conforme a dinâmica da produção em cada região.
Em áreas como Jales, o monitoramento ocorre de abril a outubro, durante a safra. Já em regiões com duas safras anuais, a videira permanece no campo por cerca de dez meses, o que exige acompanhamento contínuo.
As armadilhas são instaladas em pontos de entrada de frutas, como:
Também há armadilhas em propriedades com vinhedos nos municípios de São Miguel Arcanjo, Jundiaí, Espírito Santo do Pinhal, Elias Fausto, Porto Feliz, Indaiatuba, Pilar do Sul e Salto de Pirapora.
Além disso, a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA) realiza inspeções regulares em Tupi Paulista, Palmeira d’Oeste e Jales.
O esforço coordenado entre Mapa, Embrapa e governos estaduais é fundamental para manter o Brasil livre da Lobesia botrana, garantindo a sanidade da produção vitícola nacional e evitando prejuízos ao agronegócio e à economia.
Fonte: Portal do Agronegócio
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