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Inteligência Artificial no Agronegócio: Resolução aprovada gera impacto positivo

ANAC libera uso de drones até 25kg no Agronegócio sem necessidade de autorização ou exigências complexas. Com isso, o uso de drones em monitoramento para coleta de dados e segurança deverá crescer em 2024.


Publicado em: 30/05/2023 às 14:00hs

Inteligência Artificial no Agronegócio: Resolução aprovada gera impacto positivo

No início de maio, entrou em vigor uma nova resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a de nº 710, que simplifica as normas para operação de drones no Agronegócio. Além de tornar a operação mais fácil e segura, a nova resolução também traz novidades em relação à operação noturna: drones com luzes de navegação e de iluminação poderão ser operados durante a noite, desde que o piloto esteja habilitado para operações noturnas. Algumas regras precisam ser seguidas e são muito pertinentes como, por exemplo, ter 18 anos no mínimo para pilotar, realizar voos a uma altura máxima de 120 metros, longe de multidões, de áreas de segurança e de aeroportos.

“A resolução nº 710 é um grande avanço para o mercado de drones no Brasil e, certamente, vai popularizar o uso desta tecnologia. Veremos também um avanço simultâneo do uso de parâmetros de Inteligência Artificial (IA) para garantir a segurança da safra no campo e na indústria, pois a IA coleta dados que podem auxiliar na produtividade, eficiência, manutenção proativa de ativos de valor, contagem de material armazenado e ainda garantir a segurança dos funcionários, em especial na indústria de processamento de commodities”, afirma Eduardo Vargas, Business Development Manager para o Brasil da Graymatics, uma das principais empresas de processamento cognitivo multimídia do mundo.

A área de commodities, segundo o especialista, poderia se beneficiar significativamente com o uso de IA. No caso da soja, por exemplo, a industrialização tem gerado uma renda bem acima do resultado da comercialização da soja não processada, porém, a indústria não está acompanhando o crescimento da produção no campo. Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) e da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) divulgados neste mês, a evolução da produção de soja tem um ritmo maior do que o do processamento da oleaginosa. Em 2010, a soja representou 23,8% do total da cadeia e a agroindústria 14,3%. No ano passado, a soja passou a 28,5% e a da agroindústria recuou para 11,4%.

“Se a indústria de processamento da soja adotar soluções de IA, terá maior capacidade de escalar, automatizar processos e melhorar eficiência de setores estratégicos. Além disso, certamente irá melhorar a segurança contra acidentes de trabalho, o que é de enorme importância considerando que o Agronegócio emprega atualmente quase 20 milhões de brasileiros e, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (ILO - International Labor Organization), o Setor Agrícola é um dos que gera maior risco ao trabalhador, sendo um dos três setores de atividade mais perigosos (juntamente com Construção e Mineração)”, enfatiza Vargas. 

“O Agronegócio sabe que já temos tecnologia para mudar este cenário! Com IA é muito mais simples garantir a segurança de todos os colaboradores, seja dentro da fábrica ou no campo, por meio de câmeras CCTV ou câmeras de drones. A começar pelo uso adequado de equipamentos de proteção (EPIs) por parte de funcionários e análise de risco de equipamentos e estruturas, ou das sacas mal empilhadas, defeitos em áreas de uso, entre outros. A IA pode ser parametrizada de tal forma que, ao identificar um perigo, a solução emite alerta de emergência, desliga equipamentos, aciona sprinklers para apagar incêndios e muito mais”, declara Vargas. 

O uso de drones permite inspeções mais seguras e precisas em áreas de difícil acesso - muitas vezes salvando vidas - e hoje já existem drones com planos de vôos pré-configurados, o que faz com que qualquer funcionário possa monitorá-lo sem ter que ser um especialista em voos de drones. Soluções inteligentes também melhoram a segurança contra furtos, roubos e invasões; geram insights e dados de comportamento do funcionário, da safra, do clima, auxiliam a resolver problemas de logística e colaboram ativamente na prevenção de acidentes de trabalho. 

 

Fonte: Agência Prioriza

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