Publicado em: 28/05/2021 às 11:30hs
A paralisação nas operações equalizadas, determinada pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) no início deste mês, travou cerca de R$ 300 milhões em financiamentos de investimentos e custeio das lavouras de inverno, principalmente trigo na região Sul, que a cooperativa já havia prospectado.
Magri lamentou a dosagem na liberação dos empréstimos que teve que ser feita nesta safra para atender os produtores por causa do esgotamento precoce do dinheiro equalizado. Com demanda represada e grande liquidez nos bancos, ele aposta que o cenário se repetirá no ciclo 2021/22. “Não haverá mudanças em juros e prazos. A dúvida é se haverá recursos”
A incerteza gira em torno da aprovação ou não do projeto de lei de crédito suplementar (PLN 4/2021), que recompõe R$ 3,5 bilhões do orçamento da subvenção aos financiamentos rurais. O Congresso ainda não tem data para votação. Antes, os parlamentares precisam analisar os vetos presidenciais à Lei Orçamentária Anual que abrem espaço à recomposição.
Mesmo diante das dificuldades, Magri reforça a importância da política agrícola e da participação estatal no setor. Ele não cogita um “desmame” total do crédito oficial e acredita que o dinheiro da subvenção vai ser melhor utilizado, com foco nos pequenos produtores. “Só existe agricultura forte com participação efetiva do Estado”, defendeu ele.
Ciente dessa continuidade a partir do que ouve das autoridades em Brasília, a Cresol começou a captar recursos da poupança rural (a captação atual é feita com depósitos a prazo) e está construindo uma nova carteira de crédito. A expectativa é que em três anos essa seja uma fonte importante para os financiamentos equalizados do Plano Safra. “Temos clareza que a agricultura continua ocupando um papel preponderante no sistema Cresol, e a poupança acaba sendo elemento importante para sustentar esse crescimento”, disse.
A expectativa de crescimento no setor ainda é baseada na relação com os cooperados e nos custos mais baixos a partir da experiência e da proximidade com os clientes. “Conhecemos a real necessidade, é uma operação mais leve. É o grande molho do cooperativismo, e que dá assertividade nas decisões que precisamos tomar”, afirmou Magri. Mesmo assim, a entrada de outros agentes no setor, como fintechs, faz a Cresol investir em opções digitais, como a contratação de custeio por aplicativo, para quem desejar.
Fonte: Grupo Idea
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