Publicado em: 21/11/2013 às 21:00hs
Com a produção e a participação do vinho brasileiro no mercado interno em alta, uma das missões do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), com o apoio do Estado, é popularizar o consumo. Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (21), o secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, e o diretor-executivo do Instituto, Carlos Paviani, apresentaram números que confirmam o crescimento da produção e uma campanha publicitária que pretende, a partir do slogan “Beba com descontração”, incentivar os brasileiros a beber mais vinho, simplificando e tornando o ato mais rotineiro, a exemplo da cerveja.
Financiada com recursos do Fundo para o Desenvolvimento da Vitivinicultura (Fundovitis) destinados ao Ibravin,no valor de R$ 700 mil, e à Secretaria da Agricultura, que aportou outros R$ 300 mil, totalizando R$ 1 milhão, a campanha vai entrar no ar na próxima semana em rádio, tevê e internet. Embora seja de promoção do vinho brasileiro, ela será veiculada nos meios de comunicação gaúchos. Ano que vem, conforme Paviani, se estenderá a outras regiões. Esta é a maior campanha de promoção do produto no Rio Grande do Sul.
Se de um lado, há ainda a cultura de apreciar o que vem de fora, fruto de certo colonialismo como afirma Paviani, de outro, a população tem reconhecido a qualidade dos derivados da uva nacional. E isso se expressa no levantamento mostrado pelo Ibravin.
O setor no geral cresceu 10,7% em relação ao ano passado. Destaque para os rótulos finos, cujo crescimento chegou a 6,9%. Os índices são medidos de janeiro a outubro. A comercialização dos chamados finos totalizou 16 milhões de litros. Os espumantes, de outra parte, tiveram ampliação de 10,3 milhões de litros.
Na linha de frente, estão os vinhos de mesa: mesmo com índice menor na comparação aos outros derivados da uva, 3,55% ante 2012, o consumo permeia os 190 milhões litros por ano. O desafio do setor, contudo, é aumentar o consumo per capita, hoje por volta de 2 litros/ano, considerado ainda muito baixo.
Para o secretário Mainardi, o aumento no repasse ao Fundovitis, de 25% para 50%, determinado pelo governador Tarso Genro, contribuiu para qualificar o trabalho de divulgação do setor. Mesmo que a disputa com os vinhos importados não seja fácil, ele aposta na parceria público-privada – caso do Ibravin – que serve como modelo de gestão do setor inclusive em outras áreas e cadeias produtivas.
Até o final do ano, os valores de repasse devem chegar aos R$ 20 milhões, parte vai direto para o instituto e outra via fundo. Nesse contexto, segundo Mainardi, o governo do Estado deve receber cerca de U$S 5 milhões de dólares do Fundo de Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul (Focem), recursos que também serão empregados na cadeia vitivinícola, no apoio à extensão rural de produtores da agricultura familiar e em outros projetos.
Popularização do consumo
Com foco num público de 24 a 34 anos, a campanha publicitária de incentivo ao consumo do vinho nacional prima pela alegria. Em animação gráfica, faz uma analogia a coisas inventadas em outros países mas que ganharam um toque especial quando se popularizaram no Brasil: o futebol e o carnaval, por exemplo.
No vinho é a mesma coisa. Ainda que não seja um produto típico daqui, tem ganhado cada vez mais adeptos. Além disso, ao contrário de outras bebidas, é recomendo para a saúde, desde que o consumo seja moderado.
A campanha começa no próximo dia 25 e vai até 11 de dezembro.
Mercado
De acordo com a Ibravin, os três últimos meses do ano, em função do calor e da proximidade das festas de Natal e Ano Novo, respondem por um terço das vendas totais do ano.
Os espumantes nesse período correspondem a 54%. Os vinhos finos, 27% e os de mesa, 31%. Do início do ano até agora, foram consumidos cerca de 200 milhões de litros de vinho no Brasil, alta de 3,69% na comparação com 2012.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio
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