Publicado em: 11/11/2025 às 10:20hs
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (10) que o resultado fiscal do governo deve ficar próximo da meta de déficit primário zero em 2025, impulsionado pelo chamado “empoçamento” das despesas — valores liberados para ministérios, mas que permanecem em caixa até o fim do ano.
Em entrevista à CNN Brasil, Haddad explicou que o empoçamento costuma variar entre R$ 15 bilhões e R$ 25 bilhões por exercício orçamentário. Segundo ele, esse movimento tende a aproximar o resultado fiscal do centro da meta estabelecida.
“Se a arrecadação continuar vindo bem, deve acontecer este ano o mesmo fenômeno do ano passado. O empoçamento acaba trazendo o resultado para bastante perto do centro da meta”, afirmou o ministro.
A meta fiscal de 2025 prevê resultado primário zero, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB, podendo variar para mais ou para menos.
Ao longo do ano, a equipe econômica tem mirado o limite inferior da meta, optando por não realizar ajustes mais duros para atingir o centro da banda. Segundo o Ministério da Fazenda, um esforço adicional neste momento poderia comprometer a execução orçamentária e travar políticas públicas em andamento.
Em outubro, o Tribunal de Contas da União (TCU) acolheu um recurso do governo e suspendeu uma decisão anterior que obrigava o Executivo a perseguir o centro da meta em 2025. Além disso, o Congresso Nacional aprovou uma medida que autoriza o cumprimento do piso da tolerância fiscal, dando mais flexibilidade à gestão das contas públicas.
Haddad afirmou ainda que a situação fiscal brasileira é mais sólida do que em anos anteriores e destacou o esforço do governo em corrigir distorções herdadas de gestões passadas.
Durante a entrevista, o ministro também comentou o trabalho do presidente interino do Banco Central, Gabriel Galípolo, elogiando sua atuação técnica e diálogo com o setor financeiro. Haddad destacou a contribuição de Galípolo em debates sobre o novo modelo de financiamento habitacional e em medidas voltadas para coibir abusos no sistema financeiro.
“O Banco Central é mais do que a Selic. Ele envolve muitas outras atribuições, e o Galípolo tem desempenhado bem esse papel”, disse o ministro.
Apesar de reconhecer a independência da autoridade monetária, Haddad voltou a defender a redução da taxa Selic, atualmente mantida em 15% ao ano, ressaltando que há espaço para cortes.
Segundo ele, instituições financeiras privadas também compartilham dessa visão, o que reforça a expectativa de um movimento de flexibilização monetária nos próximos meses.
Fonte: Portal do Agronegócio
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