Publicado em: 09/12/2013 às 16:20hs
Após gastar R$ 2,060 bilhões em aquisições e leilões de escoamento de produtos agrícolas na temporada 2012/13 para elevar preços e repor estoques, o governo já prevê que esse tipo de despesa será mais baixo em 2014. A expectativa do governo federal é gastar menos de um quarto do total empenhado neste ano.
A equipe econômica do governo tem acompanhado de perto previsões que indicam que os preços de algumas commodities poderão subir em 2014, sobretudo os do milho. Em 2013, a colheita recorde de 22,5 milhões de toneladas em Mato Grosso e uma boa produção mundial derrubaram as cotações domésticas.
Para auxiliar os produtores a reduzir o prejuízo, a Conab gastou R$ 970 milhões em 2013 para ajudar a sustentar o preço do milho no país. Para auxiliar os cafeicultores, foram gastos R$ 1 bilhão.
Na semana que vem haverá mais gastos, já que o governo fará um leilão de escoamento para 11 milhões de quilos de uva. Neste ano, até agora, a cultura custou R$ 9,8 milhões aos cofres da Conab.
Para a safra atual (2013/14), o governo avalia que preços mais elevados em algumas cadeias demandarão menos recursos e que as altas não serão suficientes para atrapalhar o controle da inflação.
No caso do milho em particular, a própria queda da produção brasileira tende a colaborar para isso. Segundo a Conab, a colheita deverá cair de 81 milhões de toneladas em 2012/13 para 78 milhões.
Agentes de mercado avaliam que essa redução, corroborada por estimativas estaduais para a produção, ajudará a elevar os preços no mercado interno, mas nada perto do que ocorreu em 2012, quando os Estados Unidos, maiores produtores e exportadores do mundo, sofreram com uma das piores secas de sua história.
Segundo o sócio da PHderivativos, Pedro Dejneka, os preços do milho tendem a subir caso se confirmem as expectativas de menor produção mundial em 2014 devido aos baixos valores atuais. "É possível que haja um rebote nos preços de milho na bolsa de Chicago, mas não acredito em preços sustentados acima de US$ 5 por bushel - a não ser que existam problemas climáticos em grandes áreas produtoras no mundo. Hoje, o mercado está em um momento delicado de transição de preços para valores mais baixos".
Na sexta-feira, os contratos do milho para entrega em março fecharam a US$ 4,3425 por bushel, em alta de 0,75 centavo de dólar.
Fonte: Canal do Produtor
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