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Governo Federal eleva previsão de crescimento do PIB para 2025 e mantém otimismo para os próximos anos

PIB deve crescer 2,4% em 2025, segundo nova projeção do Ministério da Fazenda


Publicado em: 22/05/2025 às 19:00hs

Governo Federal eleva previsão de crescimento do PIB para 2025 e mantém otimismo para os próximos anos

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda elevou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025, de 2,3% para 2,4%. Para os anos seguintes, a estimativa de crescimento se mantém próxima de 2,6%. Os dados foram divulgados na segunda-feira (20/05), durante a apresentação do Boletim Macrofiscal, em Brasília.

Segundo a subsecretária de Política Macroeconômica da SPE, Raquel Nadal, a revisão da projeção reflete, principalmente, a expectativa mais positiva para o desempenho do primeiro trimestre e o aumento da projeção da safra.

Setores produtivos em alta

As novas estimativas apontam crescimento em todos os principais setores da economia brasileira em 2025:

  • Agropecuária: alta de 6,3%
  • Indústria: crescimento de 2,2%
  • Serviços: avanço de 2%

Para os anos seguintes, a SPE mantém a expectativa de crescimento do PIB ao redor de 2,6%, incorporando impactos positivos de políticas como a reforma tributária e a chamada transformação ecológica.

Inflação: previsão do IPCA sobe para 5% em 2024

A projeção para a inflação oficial, medida pelo IPCA, subiu de 4,9% para 5% em 2024. O ajuste considera a alta do índice entre fevereiro e abril, que passou de 5,1% para 5,5%, puxada por aumentos nos preços livres, como serviços e bens industriais.

A inflação de alimentos também aumentou nesse período, influenciada por menor deflação de produtos in natura e altas nos preços do café, leite e derivados. Apesar disso, alguns itens da cesta básica, como arroz, feijão, carne bovina, óleo de soja e azeite, apresentaram queda no preço.

Expectativa para a inflação até o fim do ano

A previsão da SPE é que o IPCA atinja 6,1% nos próximos meses, mas recue para 5% no acumulado de 12 meses até o final de 2024, a partir de setembro. A queda deve ocorrer devido ao efeito de uma política monetária mais restritiva, com impacto sobre o crédito e o mercado de trabalho. Para 2026, a projeção do IPCA é de 3,6%, dentro da meta estabelecida. A partir de 2027, a expectativa é de convergência para o centro da meta.

Outras projeções:

  • INPC (2025): passou de 4,8% para 4,9%
  • IGP-DI (2025): caiu de 5,8% para 5,6%, refletindo menor inflação no atacado, especialmente em derivados de petróleo e biocombustíveis

A SPE utilizou como base uma taxa de câmbio de R$ 5,86 (mediana do Boletim Focus de 7 de maio). Se o câmbio se mantiver mais próximo de R$ 5,70, as estimativas de inflação tendem a ser menores, com o IPCA podendo ficar mais próximo de 4,8%.

Mercado de trabalho: estabilidade com leve desaceleração

A taxa de desemprego se mantém próxima de mínimas históricas desde dezembro. Contudo, a SPE já observa sinais de desaceleração no crescimento da população ocupada e da massa de rendimento real em relação ao ano anterior.

Segundo Raquel Nadal, essa tendência de desaceleração deve continuar nos próximos meses, contribuindo para o controle da inflação.

Cenário externo: riscos e oportunidades

A SPE aponta que o aumento das tensões comerciais e da incerteza global pode afetar o crescimento da economia brasileira, especialmente por meio da redução do comércio internacional e do adiamento de investimentos.

Apesar disso, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, destacou que o Brasil pode se beneficiar da nova dinâmica comercial global:

  • Redução da inflação pela valorização do real frente ao dólar
  • Ganhos de competitividade para produtos brasileiros nos Estados Unidos
  • Possibilidade de conquistar novos mercados com a diversificação de fornecedores
  • Atração de investimentos produtivos no médio e longo prazo
Resultado primário: déficit previsto é menor e pode cumprir meta

A subsecretária de Política Fiscal da SPE, Débora Freire, apresentou as novas projeções do Prisma Fiscal, que indicam melhora nas contas públicas para 2025:

  • Resultado Primário: projeção de déficit revisada de R$ 80 bilhões para R$ 72,7 bilhões
  • A estimativa ainda não considera o desconto de precatórios, que somam R$ 44,12 bilhões e devem ser abatidos no cálculo da meta fiscal

Freire ressaltou que esta é a sexta revisão consecutiva de melhora nas expectativas do resultado primário, após um período de deterioração observado em 2024. Segundo ela, mesmo com déficit, a projeção atual permite o cumprimento da meta fiscal estabelecida pelo governo.

O cenário econômico apresentado pela Secretaria de Política Econômica indica um otimismo cauteloso para 2025 e os anos seguintes. Apesar de riscos externos e pressões inflacionárias pontuais, o governo projeta crescimento do PIB, estabilidade no mercado de trabalho e melhora nas contas públicas, com possibilidade de cumprimento das metas fiscais e de inflação.

Confira a íntegra do Boletim MacroFiscal

Fonte: Portal do Agronegócio

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