Publicado em: 05/09/2024 às 11:45hs
O reconhecimento de Goiás como zona livre de febre aftosa sem vacinação impulsionou uma nova meta na pecuária do estado, promovida pelo governador Ronaldo Caiado: certificar propriedades como livres de brucelose e tuberculose. Para atingir esse objetivo, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) intensificou suas ações em parceria com o Comitê Estadual de Combate à Brucelose e Tuberculose. Juntos, eles têm discutido e implementado estratégias para aumentar o número de propriedades certificadas, garantindo a sanidade dos rebanhos e a oferta de alimentos seguros à população.
José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa, destaca a importância da educação sanitária como pilar central dessas ações. "Estamos unindo esforços com o comitê estadual e representantes do setor produtivo para avançarmos na imunização contra a brucelose e no diagnóstico da tuberculose, assegurando assim a saúde dos rebanhos e a segurança alimentar da população", afirma Ramos.
Atualmente, Goiás conta com quatro propriedades certificadas como livres de brucelose e tuberculose, enquanto outras duas estão em processo de certificação. Segundo Sivane Dorneles, coordenadora do Programa Estadual de Brucelose e Tuberculose da Agrodefesa, diversas ações estão em curso para ampliar esse número. Uma das iniciativas inclui a realização de um diagnóstico regionalizado, em parceria com o Fundo Emergencial para Sanidade Animal de Goiás (Fundepec) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), para avaliar as dificuldades enfrentadas por diferentes regiões do estado na vacinação contra a brucelose.
Esse diagnóstico, previsto para ser concluído nos próximos três meses, permitirá à Agrodefesa desenvolver ações específicas para cada região, como mutirões de vacinação e campanhas educativas. Telma Gonzaga, gerente de educação sanitária da Agrodefesa, ressalta a importância de entender as particularidades de cada município para a execução dessas ações. "Sabemos que alguns municípios carecem de médicos veterinários e vacinadores cadastrados, enquanto outros têm dificuldades de acesso à vacina. Precisamos compreender os desafios específicos para coordenar uma resposta eficaz", explica Gonzaga.
Paralelamente, a Agrodefesa está desenvolvendo um projeto-piloto em parceria com a Associação de Produtores de Leite de Itaberaí, envolvendo oito propriedades produtoras de leite. Sob a coordenação das gerências de Educação Sanitária e Sanidade Animal da Agrodefesa, está sendo realizada a coleta de sangue para testes laboratoriais, com o objetivo de detectar brucelose e tuberculose nos rebanhos. Os exames serão repetidos em seis meses para finalizar o processo de certificação. Esse projeto-piloto, apoiado financeiramente pelo Fundepec e com diagnósticos laboratoriais oferecidos gratuitamente pela Agrodefesa, tem como meta ser replicado em outras regiões do estado conforme as necessidades identificadas.
Além das ações voltadas para os produtores, a Agrodefesa também está investindo na educação do consumidor final, que é um dos maiores beneficiários da sanidade animal. Telma Gonzaga alerta para os riscos da brucelose e tuberculose, que são zoonoses transmissíveis ao ser humano, especialmente através do consumo de leite cru. Para promover a importância do consumo de produtos inspecionados, a Agrodefesa tem realizado ações educativas em supermercados, orientando diretamente os consumidores. Em julho, essas ações foram realizadas em seis municípios goianos, incluindo a capital, Goiânia.
Fonte: Portal do Agronegócio
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