Publicado em: 05/09/2025 às 10:35hs
A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) anunciou novas regras para o Programa Estadual de Prevenção e Controle do Bicudo-do-Algodoeiro em Goiás. A atualização foi oficializada pela Instrução Normativa nº 5/2025, publicada no Diário Oficial do Estado em 26 de agosto, e traz mudanças importantes para o transporte e o beneficiamento do algodão, com o objetivo de reforçar o combate à principal praga da cotonicultura brasileira.
O bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) é considerado a praga mais severa da cultura do algodão, capaz de gerar perdas de até 70% na produção e elevar os custos de manejo. Presente no Brasil desde 1983, o inseto se reproduz rapidamente em ambientes de algodoeiras, transportes e confinamentos, exigindo medidas rigorosas de controle.
Entre as novidades da normativa, estão regras específicas para o transporte do algodão em caroço e recomendações às algodoeiras e confinamentos. Agora, produtores, transportadores e unidades de beneficiamento passam a ter responsabilidade solidária no cumprimento das normas.
As exigências incluem:
O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, destacou que a medida fortalece a competitividade da cotonicultura goiana.
“O algodão é uma das culturas estratégicas para o agronegócio de Goiás. A atualização da normativa demonstra o compromisso do governo em garantir segurança, produtividade e sustentabilidade para os produtores”, afirmou.
O gerente de Sanidade Vegetal, Leonardo Macedo, ressaltou que o combate ao bicudo depende da cooperação entre todos os elos da cadeia produtiva. Já o coordenador do Programa Estadual, Maxwell Carvalho, destacou que as mudanças foram construídas em diálogo com o setor produtivo, alinhando as demandas de produtores, transportadores e algodoeiras.
O Brasil ocupa a terceira posição entre os maiores produtores mundiais de algodão, atrás apenas de China e Índia, com participação de cerca de 13% na produção global.
Em Goiás, a cultura tem peso significativo. O estado é o sétimo maior produtor nacional, com expectativa de colher 138,2 mil toneladas na safra 2024/25, segundo a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Em 2024, o Valor Bruto da Produção (VBP) do algodão goiano foi de R$ 512,7 milhões, equivalente a 1,5% do VBP nacional.
Chapadão do Céu, Luziânia e Cristalina lideram a produção no estado. No mercado externo, a China é o principal destino do algodão goiano, que exportou 24,1 mil toneladas para o país asiático em 2024.
O bicudo-do-algodoeiro é um besouro de coloração cinza a castanha, com bico alongado. Ele perfura botões florais e maçãs para se alimentar e depositar ovos, comprometendo tanto a produtividade quanto a qualidade da fibra. Os sintomas da infestação incluem orifícios nos botões e capulhos, presença de cera protetora e galerias internas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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