Dilma também informou que pode considerar outros benefícios tributários para o Etanol. O objetivo é estimular a produção e atenuar a crise no setor.

- Acredito que vai ser importante olhar o setor. Como desoneramos PIS/Cofins, o que mais podemos fazer. Junto com a Anfavea, estamos olhando a possibilidade de ampliar de 25% para 27,5% a mistura do Etanol na gasolina - disse a presidente, que defendeu novas estruturas de financiamento mais favoráveis ao Etanol para garantir o aumento da lucratividade.

Câmara aprovou aumento

As declarações da presidente foram dadas durante coletiva de imprensa após apresentação para o setor do agronegócio na Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Em junho, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, já havia confirmado ao GLOBO que o governo planejava autorizar a mudança na mistura, com o objetivo de aliviar o caixa da Petrobras, que precisa importar combustível para atender ao mercado interno. Mas em várias oportunidades a Anfavea já se posicionou contra o aumento. A entidade considera que a nova mistura poderia prejudicar os motores dos veículos a gasolina, que representam 41% da frota de veículos do país. Segundo a Anfavea, esses motores podem sofrer com corrosão, perdendo a durabilidade de peças, aumentar o consumo de combustível e, consequentemente, emitir mais gases.

A maioria dos veículos vendidos hoje no país é flex, ou seja, utiliza tanto a gasolina como o álcool como combustível.

Embora o governo tenha encomendado estudos ao Centro de pesquisa e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobras, para contrapor esses argumentos, a entidade informou que mantém a sua posição contrária ao aumento do Etanol na gasolina.

Ontem, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou a Medida provisória 647/14, que aumenta os percentuais de biodiesel e Etanol misturados, respectivamente, ao óleo diesel e à gasolina. O percentual obrigatório de mistura do biodiesel ao óleo diesel - que já subiu de 5% para 6% em 1º julho - passará para 7% a partir de 1º de novembro deste ano

Petrobras dispara na Bolsa

A expectativa de um aumento no preço da gasolina fez as ações da Petrobras dispararem no pregão de ontem, fazendo o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, fechar em alta de 0,51%.

Os papéis preferenciais (sem direito a voto) da estatal fecharam em alta de 3,09%,a maior desde o dia 18 de julho, cotados a R$ 20,31. Já os ordinários (com direito a voto) subiram 3,64%, a R$ 19,04, entre as principais altas do pregão.