Publicado em: 22/08/2025 às 10:35hs
O custo da cesta básica de alimentos registrou queda em 15 das 27 capitais brasileiras em julho, segundo a Análise Mensal da Cesta Básica de Alimentos, pesquisa realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em parceria com o Dieese. A redução nos preços foi influenciada principalmente pela queda no valor do arroz, carne bovina, açúcar e feijão.
Entre as capitais mais caras estão São Paulo (R$ 865,90), Florianópolis (R$ 844,89), Porto Alegre (R$ 830,41), Rio de Janeiro (R$ 823,59) e Cuiabá (R$ 813,48). Já nas regiões Norte e Nordeste, os menores custos médios foram registrados em Aracaju (R$ 568,52), Maceió (R$ 621,74), Salvador (R$ 635,08) e Porto Velho (R$ 636,69).
A parceria entre Conab e Dieese permitiu expandir o monitoramento de 17 para 27 capitais, incluindo cidades do Norte e Nordeste, como Boa Vista, Macapá, Manaus, Palmas, Rio Branco, São Luís, Teresina, Porto Velho e Maceió. Segundo o presidente da Conab, Edegar Pretto, a medida corrige uma lacuna histórica e possibilita que o Governo Federal antecipe políticas públicas para o setor alimentar.
O acompanhamento dos preços da cesta básica permite calcular quantas horas de trabalho são necessárias para adquirir os alimentos essenciais e avaliar o salário mínimo necessário para manter a alimentação da população. A diretora técnica do Dieese, Adriana Marcolino, ressalta que os dados auxiliam tanto na formulação de políticas públicas quanto na defesa dos direitos da classe trabalhadora.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, destacou que o índice ampliado oferece uma análise mais detalhada do comportamento dos alimentos no Brasil, enquanto Inês Rugani, conselheira do Consea, reforçou a importância da informação para a democracia e o controle social.
O diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Silvio Porto, afirmou que o levantamento é o primeiro passo para a implementação do Decreto 11.936/2024, que define a nova cesta básica de alimentos. A expectativa é que até outubro a nova composição seja divulgada, passando de 12-13 produtos para 35 itens, incluindo 5 produtos ultraprocessados para análise comparativa.
Representantes de movimentos sociais e órgãos de defesa do consumidor, como MPA e IDEC, ressaltaram que a atualização da cesta básica é uma conquista histórica para garantir alimentos saudáveis e acessíveis à população, respeitando culturas e tradições locais.
O investimento inicial para a ampliação do monitoramento é de R$ 2,5 milhões, com contrato válido até março de 2026, podendo ser prorrogado. A Conab possui mais de 30 anos de experiência em pesquisa de preços de produtos agropecuários, enquanto o Dieese monitora o custo da cesta básica desde 1959, consolidando um banco de dados robusto e abrangente.
Fonte: Portal do Agronegócio
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