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Conab projeta safra brasileira de grãos em 2025/26 de 354,8 milhões de toneladas

Produção deve crescer na área cultivada, mas clima e custos de insumos ainda pressionam rendimento das lavouras


Publicado em: 14/11/2025 às 11:50hs

Conab projeta safra brasileira de grãos em 2025/26 de 354,8 milhões de toneladas
Safra total de grãos deve atingir 354,8 milhões de toneladas

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta quinta-feira (13) a segunda estimativa para a safra de grãos 2025/26, projetando um volume total de 354,833 milhões de toneladas. O levantamento aponta crescimento de 3,3% na área cultivada, que deve alcançar 84,4 milhões de hectares, impulsionado pelo avanço da semeadura das culturas de primeira safra.

A produtividade média nacional está estimada em 4.203 quilos por hectare, ainda baseada em análises estatísticas e projeções climáticas. A Conab segue acompanhando eventos meteorológicos adversos, como irregularidade das chuvas em Mato Grosso, atraso das precipitações em Goiás e problemas climáticos no Paraná, para atualizar suas projeções conforme o desenvolvimento das lavouras.

Soja: expansão da área e desafios climáticos

A soja deve ter aumento de 3,6% na área plantada, totalizando 49,1 milhões de hectares, com produção prevista em 177,6 milhões de toneladas.

O plantio segue dentro da média dos últimos cinco anos, mas apresenta atraso em Goiás e Minas Gerais, onde as chuvas não foram suficientes para avançar na semeadura. Em Mato Grosso, o plantio mantém ritmo similar à safra anterior, porém algumas áreas semeadas no início de outubro sofreram déficit hídrico, prejudicando o estabelecimento inicial da cultura e a população de plantas por hectare.

Milho: primeira safra cresce, mas produção total cai

A produção total de milho nas três safras é estimada em 138,8 milhões de toneladas, redução de 1,6% frente ao ciclo anterior. A primeira safra deve apresentar aumento de 7,1% na área cultivada, com produção prevista de 25,9 milhões de toneladas.

O plantio do primeiro ciclo já atinge 47,7% da área, ligeiramente acima da média histórica. No entanto, baixas temperaturas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul retardaram o desenvolvimento inicial, e eventos climáticos recentes no Paraná, como chuvas fortes, ventos e granizo, ainda podem impactar a produtividade.

No mercado interno, o consumo de milho deve atingir 94,6 milhões de toneladas, aumento de 4,5%, impulsionado pela produção de etanol. As exportações podem alcançar 46,5 milhões de toneladas, mantendo os estoques finais relativamente estáveis.

Arroz e feijão: produção afetada por área e clima

A produção de arroz é estimada em 11,3 milhões de toneladas, queda de 11,5%, devido à redução da área cultivada. No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, a semeadura alcança mais de 78% do previsto, com desenvolvimento satisfatório das lavouras, embora a irregularidade das chuvas em algumas regiões ainda seja um desafio.

Para o feijão, a produção total das três safras deve ser estável em 3,1 milhões de toneladas. A primeira safra terá redução de 7,3% na área, com expectativa de 977,9 mil toneladas, 8% abaixo do ciclo anterior. O plantio segue avançado em São Paulo, Paraná (91%) e Minas Gerais (44%).

Culturas de inverno: trigo em desenvolvimento sob pressão de custos

Entre as culturas de inverno, o trigo deve alcançar 7,7 milhões de toneladas. As condições climáticas foram, em geral, favoráveis, mas a redução de investimentos em fertilizantes e defensivos aumentou a vulnerabilidade a doenças, limitando o potencial produtivo e resultando em espigas menores e com menos grãos. Chuvas intensas no início de novembro no Paraná podem ainda afetar lavouras que permanecem em campo.

Perspectivas para soja e milho no comércio internacional

A soja brasileira deve se beneficiar da redução das exportações norte-americanas e do aumento da demanda global, com exportações estimadas em 112,1 milhões de toneladas, crescimento de 5,11% sobre a safra anterior.

O volume destinado ao esmagamento deve atingir 59,37 milhões de toneladas, representando crescimento de 1,37%, impulsionado pela maior mistura obrigatória de biodiesel ao diesel e pelo aumento da demanda por proteína vegetal.

Para o milho, a oferta nacional deve atender ao aumento do consumo interno e à manutenção das exportações, garantindo equilíbrio nos estoques ao final da safra 2025/26.

Fonte: Portal do Agronegócio

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