Governo

ApexBrasil aponta mercados alternativos para produtos da Região Sudeste impactados por tarifas dos EUA

Estudo da agência identifica oportunidades de diversificação para 41 produtos exportados pelo Sudeste e oferece alternativas para reduzir riscos das empresas brasileiras


Publicado em: 16/09/2025 às 10:20hs

ApexBrasil aponta mercados alternativos para produtos da Região Sudeste impactados por tarifas dos EUA
Sudeste é a região mais afetada pelo tarifaço norte-americano

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) lançou em 3 de setembro o estudo “Diversificação de Mercados por Estados Brasileiros”, que analisa os impactos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos exportados por cada Unidade da Federação. A pesquisa faz parte do esforço da agência para apoiar empresas afetadas e apresentar alternativas de mercado para produtos com forte dependência do mercado americano.

Em 2024, os EUA foram o segundo maior destino das exportações brasileiras, com cerca de US$ 40 bilhões, correspondendo a 12% da pauta exportadora do país. A Região Sudeste concentrou 71% dessas vendas, sendo a mais impactada pelo aumento das tarifas. Entre os estados mais expostos estão Espírito Santo (28,6%) e São Paulo (19,1%).

ApexBrasil oferece caminhos para diversificação

Segundo Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, o estudo é uma das ações da agência para mitigar os efeitos do tarifaço:

“Estamos mapeando, estado por estado, os mercados mais dependentes das exportações para os Estados Unidos, para compreender quais cadeias produtivas estão mais expostas. A partir desse diagnóstico, atuaremos para inserir esses produtos em novos mercados, diversificando destinos e reduzindo riscos para as empresas brasileiras. Esse trabalho é paralelo às negociações com Washington, em articulação com o Governo Federal, para minimizar impactos imediatos das tarifas.”

O gerente regional da ApexBrasil, Igor Celeste, destaca que o Sudeste precisa acelerar a diversificação:

“O Sudeste é a região mais exposta às tarifas norte-americanas, respondendo por mais de 70% das exportações brasileiras para os EUA. Estados como Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo terão de intensificar sua estratégia de diversificação, e o estudo indica destinos alternativos para produtos com forte dependência do mercado americano.”

Produtos como café, minério de ferro, petróleo e aeronaves apresentam oportunidades em mercados da Europa, Ásia e América Latina, abrindo espaço para reduzir riscos e ampliar destinos comerciais.

Oportunidades por estado do Sudeste

Espírito Santo (ES)

Em 2024, os EUA foram o principal destino das exportações do Espírito Santo, com 28,6% do total exportado, equivalentes a US$ 3,1 bilhões. Entre os principais produtos estão semimanufaturados de ligas de aço, mármore e travertino trabalhados, além de pedras de cantaria. O estudo da ApexBrasil aponta oportunidades para oito produtos do estado em mercados como Alemanha, França, Canadá, Índia e Japão.

São Paulo (SP)

O estado paulista teve 19,1% das exportações destinadas aos EUA, totalizando US$ 13,6 bilhões. Produtos como sebo bovino fundido, aviões a turbojato de 7 a 15 toneladas e unidades de máquinas automáticas para processamento de dados têm forte dependência do mercado norte-americano, com até 98,8% das exportações para os EUA. O estudo identificou 20 produtos com potencial para novos mercados, incluindo Espanha, França, Argentina, Colômbia, Canadá e México.

Minas Gerais (MG)

Para Minas Gerais, os EUA foram o segundo destino das exportações, com 11% do total, atrás da China (36,6%). O comércio com os americanos movimentou US$ 4,6 bilhões em 2024. Produtos como turboreatores de empuxo acima de 25kN, aviões pesados e obras com magnesita, dolomita ou cromita tiveram mais de 90% das exportações direcionadas aos EUA. O levantamento da ApexBrasil indicou 13 produtos com alternativas em Holanda, Alemanha, Espanha, Tailândia, Japão, Colômbia e Equador.

Rio de Janeiro (RJ)

O Rio de Janeiro destinou 16,2% de suas exportações para os EUA, totalizando US$ 7,4 bilhões. Produtos como outras gasolinas, preparações alimentícias bovinas e semimanufaturados de ligas de aço tiveram quase toda a produção direcionada aos americanos. O estudo identificou seis produtos com potencial de diversificação, principalmente para Alemanha, França, Paraguai, Colômbia, Canadá e México.

Metodologia do estudo

O levantamento da ApexBrasil avaliou 195 produtos brasileiros com potencial impacto das tarifas, considerando o peso das exportações para os EUA por estado. Com base no Mapa de Oportunidades, a agência classifica os mercados em perfis: Abertura, Consolidação, Manutenção e Recuperação.

Segundo Gustavo Ribeiro, gerente de Inteligência de Mercado da ApexBrasil:

“O objetivo é fornecer subsídios práticos para empresas e gestores públicos, apoiando decisões de diversificação e reduzindo riscos em um cenário internacional de maior instabilidade comercial.”

O estudo completo já está disponível gratuitamente no site da ApexBrasil.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias