Publicado em: 09/07/2025 às 11:25hs
A Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS) aprovou o relatório da Subcomissão que acompanha a regulamentação dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) e a cadeia produtiva do tabaco. O documento, elaborado pelo deputado Marcus Vinícius, aponta a regulamentação dos DEFs como a melhor solução para o cenário atual.
A Subcomissão analisou a atual proibição vigente no Brasil, imposta pela Resolução da Anvisa (RDC 855/2023), que restringe a fabricação, comercialização e transporte dos DEFs. Também foram considerados aspectos internacionais, impactos à saúde pública, perspectivas econômicas e opiniões de especialistas, pesquisadores e consumidores.
Segundo o deputado Marcus Vinícius, a regulamentação oferece um equilíbrio entre saúde pública, inovação no setor e geração de novas oportunidades econômicas. Ele ressaltou a necessidade de o Brasil abandonar uma postura reativa e adotar uma abordagem baseada em evidências para aproveitar o potencial do setor.
Enquanto países desenvolvidos avançam na regulamentação dos DEFs, o Brasil mantém a proibição desde 2009. Mesmo assim, o consumo desses produtos ilegais cresceu de 500 mil consumidores em 2018 para 3 milhões em 2023, segundo dados do Ipec.
Edimilson Alves, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Fumo (Abifumo), alerta que a falta de regulamentação força consumidores a utilizarem produtos contrabandeados sem controle sanitário, aumentando riscos à saúde.
Valmor Thesing, presidente do Sindicato da Indústria do Tabaco no Rio Grande do Sul (SindiTabaco), destaca que o relatório da ALRS fortalece o avanço rumo à regulamentação, que pode gerar emprego, renda, valorizar produtores e garantir segurança aos consumidores. Para ele, é fundamental aproveitar a infraestrutura industrial já instalada no país.
O Rio Grande do Sul produz cerca de 220 mil toneladas de tabaco por ano, envolvendo 70 mil famílias agricultoras. Em 2024, o tabaco foi o segundo produto mais exportado do Estado, gerando R$ 11,8 bilhões. No primeiro quadrimestre de 2025, liderou os embarques gaúchos com US$ 739,7 milhões.
Marcílio Drescher, presidente da Afubra, reforça o apoio à legalização dos DEFs desde o início. Ele ressalta a necessidade de normas claras que defendam o setor produtivo. Representantes da indústria, comércio e órgãos estaduais também apoiam a regulamentação, desde que acompanhada de normas rígidas para proteger a saúde pública e fortalecer a agricultura familiar.
Para garantir equilíbrio entre saúde pública e interesses econômicos, a Subcomissão propõe:
Essa abordagem apresentada pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul busca construir um marco regulatório equilibrado, que harmonize saúde pública, inovação tecnológica e desenvolvimento econômico sustentável para o setor do tabaco no Brasil.
Fonte: Portal do Agronegócio
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