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Agrodefesa Monitora Mosca-Branca e Virose do Feijoeiro em Goiás: Medida visa Avaliar Impactos da Suspensão Temporária do Vazio Sanitário

Em Goiás, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) iniciou o monitoramento da mosca-branca (Bemisia tabaci) e das viroses associadas à cultura do feijoeiro comum em 12 municípios


Publicado em: 13/05/2025 às 11:15hs

Agrodefesa Monitora Mosca-Branca e Virose do Feijoeiro em Goiás: Medida visa Avaliar Impactos da Suspensão Temporária do Vazio Sanitário

A ação tem o objetivo de avaliar os impactos da suspensão temporária do vazio sanitário, que visa controlar essas ameaças à produção. A parceria com instituições como a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Embrapa Arroz e Feijão é essencial para fornecer dados técnicos que influenciarão futuras decisões sobre o controle sanitário da cultura do feijão no estado.

Monitoramento da Mosca-Branca e Virose no Feijão

A Agrodefesa, em colaboração com a UFG, a Embrapa Arroz e Feijão e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), está realizando o acompanhamento da mosca-branca e das viroses em municípios com histórico de cultivo de feijão. As cidades incluídas no monitoramento são: Campo Alegre de Goiás, Água Fria de Goiás, Catalão, Alto Paraíso de Goiás, Ipameri, Cabeceiras, Jataí, Cristalina, Mineiros, Formosa, Rio Verde e São João d'Aliança.

Essa ação visa compreender os efeitos da suspensão temporária do vazio sanitário, medida que foi adotada em boa parte do estado, exceto nos municípios de Jataí, Mineiros e Rio Verde, que ainda mantêm a obrigatoriedade da prática. A iniciativa tem como objetivo fornecer informações para futuras análises sobre a viabilidade dessa alteração e seu impacto na saúde das lavouras.

A Ameaça da Mosca-Branca e suas Consequências

A mosca-branca é uma das principais ameaças à cultura do feijão, devido ao seu alto potencial de danos diretos e indiretos. Como inseto-vetor, ela é responsável pela transmissão de viroses, como o mosaico dourado, que afetam tanto o desenvolvimento vegetativo quanto o reprodutivo das plantas. Além disso, o inseto causa danos diretos por meio da sucção da seiva das plantas, afetando sua saúde e produtividade.

Em sua análise, Leonardo Macedo, gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, ressaltou que altas populações de mosca-branca podem levar a perdas quase totais nas lavouras. Por isso, apesar da suspensão do vazio sanitário em algumas regiões, ele destacou a importância de os produtores continuarem adotando as práticas fitossanitárias recomendadas.

Protocolo de Monitoramento e Metodologia

A metodologia adotada para o monitoramento segue um protocolo técnico desenvolvido pela Embrapa Arroz e Feijão. São realizadas duas amostragens nas lavouras: a primeira 20 dias após a semeadura e a segunda aos 45 dias. Nessas etapas, as equipes de campo avaliam a presença da mosca-branca e dos sintomas de viroses nas plantas. Além disso, folhas infectadas são coletadas e enviadas para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), do Mapa, com o objetivo de confirmar a presença do mosaico dourado e do carlavírus.

Os dados coletados ao longo desse monitoramento serão fundamentais para a elaboração de um relatório técnico que guiará as próximas decisões sobre a política de vazio sanitário em Goiás.

Importância do Monitoramento para a Sanidade Vegetal

A mosca-branca é considerada, desde a década de 1970, uma das pragas mais destrutivas para o feijoeiro no Brasil. Além dos danos diretos causados pela alimentação do inseto, sua secreção açucarada favorece o crescimento de fungos, prejudicando a fotossíntese e a respiração das plantas. O principal impacto, no entanto, é a transmissão de viroses como o mosaico dourado e o carlavírus, que podem inviabilizar a colheita.

O vazio sanitário, que foi instituído em Goiás há 10 anos como uma medida de controle fitossanitário, foi mantido entre 20 de setembro e 20 de outubro de 2024, em 57 municípios. Nos outros municípios, foi aceita a proposta da Agrodefesa para suspensão temporária do vazio sanitário por dois anos, com a condição de que o monitoramento fosse realizado para avaliar a eficácia dessa medida.

Expectativas para a Produção de Feijão em Goiás

A medida de monitoramento da mosca-branca e das viroses é ainda mais relevante diante da crescente importância da cultura do feijão para Goiás. De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo IBGE, o estado deve registrar um aumento na produção de feijão em 2025, com a estimativa de que a terceira safra alcance 243,8 mil toneladas, representando um crescimento de 7,7% em relação à safra anterior. Isso consolida Goiás como um dos maiores produtores de feijão do Brasil, um alimento essencial para a dieta da população brasileira.

José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa, afirmou que a ação reforça o compromisso da agência com a defesa sanitária vegetal, a produtividade agrícola e o fortalecimento da economia rural de Goiás.

Com o monitoramento em andamento, a Agrodefesa visa não apenas proteger a saúde das lavouras de feijão, mas também garantir a sustentabilidade da produção no estado, levando em consideração os desafios impostos pela mosca-branca e as viroses associadas.

Fonte: Portal do Agronegócio

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