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Agrodefesa intensifica alerta contra raiva dos herbívoros em regiões de divisa com MG e MS

Diante da confirmação de casos de raiva dos herbívoros no município mineiro de Carneirinho, próximo à divisa com Goiás e Mato Grosso do Sul, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) reforça o alerta aos produtores rurais da região. A medida integra uma força-tarefa com órgãos de defesa sanitária de Minas Gerais e do Mato Grosso do Sul, visando ações coordenadas de prevenção e controle da doença


Publicado em: 09/05/2025 às 11:35hs

Agrodefesa intensifica alerta contra raiva dos herbívoros em regiões de divisa com MG e MS
Casos confirmados motivam força-tarefa interestadual

Dois casos de raiva em uma vaca e uma ovelha, registrados em Carneirinho (MG), acenderam o sinal de alerta para a disseminação da doença na região. Em resposta, a Agrodefesa, o Instituto Mineiro de Defesa Agropecuária (IMA) e a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Mato Grosso do Sul (Iagro) promoveram uma live conjunta para orientar produtores sobre os riscos, sintomas e medidas de prevenção.

O conteúdo completo da transmissão, com explicações técnicas e esclarecimentos, está disponível no YouTube(https://www.youtube.com/watch?v=1g8WApELuJE). Participaram do evento os fiscais agropecuários Fábio Leal (Agrodefesa), Fábio Shiroma (Iagro) e Luiza Barnabé de Oliveira (IMA).

Região do Rio Paranaíba exige atenção redobrada

Segundo Fábio Leal, que atua nas Unidades Operacionais Locais da Agrodefesa em Itajá, Itarumã e Lagoa Santa, a situação é especialmente preocupante em áreas próximas ao Rio Paranaíba e ao Rio Aporé. O povoado de Olaria da Fumaça, em Itajá, por exemplo, está a apenas 16 quilômetros de uma das propriedades afetadas.

Equipes do IMA já iniciaram a captura de morcegos hematófagos na região, identificando diversos abrigos. A mesma ação está sendo executada por fiscais goianos, com foco na localização e controle de colônias do morcego Desmodus rotundus, principal transmissor do vírus da raiva.

Notificação de abrigos é fundamental

A Agrodefesa orienta os produtores a notificarem imediatamente qualquer suspeita de colônias de morcegos, sobretudo em locais como casas abandonadas, cisternas, cavernas e sob pontes. É essencial que a população não tente espantar os morcegos, pois isso pode dispersar as colônias e dificultar o controle. O correto é comunicar as autoridades responsáveis para que as medidas apropriadas sejam adotadas.

Prevenção faz parte do Programa Estadual de Controle

As ações fazem parte do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH), que visa prevenir e reduzir os casos da doença, considerada uma zoonose fatal com riscos à saúde humana e prejuízos econômicos relevantes.

A estratégia inclui captura de morcegos, aplicação de pasta anticoagulante para controle populacional e monitoramento constante de abrigos. Os locais de captura são definidos a partir de denúncias, fiscalização de campo e análises de risco. Os fiscais agropecuários também avaliam a evolução da população de morcegos nos abrigos identificados para verificar sinais da circulação do vírus.

Sintomas da raiva e risco à saúde humana

A raiva dos herbívoros pode atingir bovinos, equídeos, caprinos e ovinos. Entre os sintomas estão: salivação excessiva, andar cambaleante, decúbito (animal deitado sem conseguir se levantar), movimentos involuntários das patas e isolamento. A evolução do quadro clínico é rápida — geralmente de 3 a 7 dias — e termina com a morte do animal.

Por se tratar de uma zoonose, o contato com a saliva ou sangue de animais infectados representa um risco direto à saúde humana.

Vacinação é a principal forma de prevenção

O diretor de Defesa Agropecuária da Agrodefesa, Rafael Vieira, reforça que a vacinação é a medida mais eficaz contra a raiva dos herbívoros. A imunização anual é obrigatória nos 119 municípios de Goiás classificados como de alto risco para a doença. A última etapa da campanha de vacinação vai até o dia 15 de junho.

Vieira esclarece que a notificação de casos suspeitos ou confirmados não gera penalidades ao produtor, como multas ou interdições. “Pelo contrário, trata-se de um ato de responsabilidade que permite uma resposta sanitária ágil, protegendo o rebanho e a saúde pública”, destaca.

Cooperação entre estados fortalece o combate à doença

Para o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, o enfrentamento eficaz da raiva depende da cooperação entre estados, especialmente em áreas de divisa. “A raiva é uma doença silenciosa, porém devastadora. A prevenção, com vacinação e vigilância ativa, é o melhor caminho para proteger o setor agropecuário e evitar a disseminação do vírus”, afirma.

Ele também lembra que as equipes da Agrodefesa estão em campo para monitorar a situação e orienta os produtores que presenciarem sinais clínicos ou abrigos de morcegos hematófagos a procurarem uma unidade local da Agência ou ligarem para o telefone 0800 646 1122.

Fonte: Portal do Agronegócio

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