Crédito Rural

Crédito restrito freia avanço do mercado de insumos agrícolas em 2025

Dificuldade no acesso a financiamentos impacta negociações e exige nova postura do setor


Publicado em: 21/07/2025 às 11:15hs

Crédito restrito freia avanço do mercado de insumos agrícolas em 2025

O mercado de insumos agrícolas brasileiro enfrenta um desafio significativo em 2025: o acesso limitado ao crédito. Segundo Jeferson Souza, analista de inteligência de mercado, esse tema tem sido frequente em discussões com profissionais de diferentes segmentos, como empresas de defensivos, sementes, revendas e misturadores de fertilizantes. Essa restrição tem afetado diretamente o ritmo das negociações para a safra 2025/26.

Fertilizantes: parte das compras ainda em aberto

Estima-se que entre 20% e 25% das aquisições de fertilizantes para a soja ainda não foram fechadas, reflexo direto das dificuldades de crédito. O cenário para o milho é semelhante, com a combinação de juros elevados e a insegurança financeira ao longo da cadeia produtiva dificultando o avanço das vendas e dos compromissos de fornecimento.

Crescimento dos pedidos de recuperação judicial

Nos últimos anos, o agronegócio brasileiro passou por mudanças importantes, e um dos sinais mais preocupantes é o aumento expressivo dos pedidos de recuperação judicial. Tanto empresas quanto produtores rurais, sejam pessoas físicas ou jurídicas, têm buscado esse recurso. Enquanto esses casos eram pontuais em 2021, 2024 registrou uma verdadeira explosão, tendência que se mantém forte no primeiro trimestre de 2025.

Nova abordagem para concessão de crédito

Diante desse ambiente marcado por incertezas, o setor precisa adotar uma postura mais cautelosa e um novo modelo para concessão de crédito. Segundo Jeferson Souza, a gestão de risco deve ser reforçada e as decisões tomadas com base em uma análise realista das condições do mercado.

“Não tenho dúvidas de que a forma de conceder crédito muda completamente diante desses indicadores. Os desafios do agronegócio são enormes para esse segundo semestre deste ano. E o mais importante: precisamos sempre pensar com os pés no chão e manter uma boa gestão de risco”, destaca o analista em publicação no LinkedIn.

Essa nova dinâmica reforça a necessidade de equilíbrio entre as expectativas de crescimento do setor e a prudência financeira para garantir a sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

Fonte: Portal do Agronegócio

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