Crédito Rural

Crédito internacional oferece financiamento mais vantajoso ao produtor rural, afirma consultor

Diante dos altos custos de financiamento no mercado interno, produtores rurais brasileiros começam a buscar alternativas mais acessíveis no exterior


Publicado em: 07/05/2025 às 17:00hs

Crédito internacional oferece financiamento mais vantajoso ao produtor rural, afirma consultor

Segundo Luciano Bravo, CVO da consultoria Inteligência Comercial, especializada em crédito internacional, obter empréstimos fora do Brasil pode reduzir significativamente os custos financeiros para o agronegócio. Empresas como JBS, BRF e Cutrale já adotam esse modelo, que oferece taxas mais baixas e maior flexibilidade de pagamento.

Empréstimos internacionais: alternativa aos juros elevados do Plano Safra

Luciano Bravo defende que recorrer a fundos estrangeiros pode ser uma solução eficaz frente às altas taxas cobradas nas linhas de crédito do Plano Safra, que podem chegar a 20% ao ano, em juros compostos. Segundo ele, as taxas praticadas por fundos internacionais giram em torno de 6,5%, o que representa uma economia considerável e amplia a liquidez dos produtores rurais.

Menor demanda por crédito rural no Brasil

O atual Plano Safra 2024/2025 disponibiliza R$ 400,59 bilhões para custeio e investimento, um aumento de 10% em relação ao ciclo anterior. No entanto, o número de contratos fechados caiu: foram 1,4 milhão até fevereiro deste ano, contra 1,6 milhão no mesmo período de 2023. Para Bravo, isso evidencia uma retração na busca por financiamento rural, provocada pelo aumento dos juros e pelo crescimento da inadimplência no setor.

“Houve encolhimento na tomada de crédito rural e menor capacidade de endividamento do produtor, devido ao custo elevado das taxas e à inadimplência crescente”, pontua o especialista.

Grandes empresas do agronegócio já adotam o modelo internacional

Embora ainda represente uma fatia pequena no total de crédito movimentado pelo agronegócio brasileiro, o financiamento internacional já se tornou uma prática consolidada entre grandes companhias do setor. A JBS, por exemplo, estruturou sua liquidez com cerca de US$ 10 bilhões, sendo US$ 1 bilhão provenientes de títulos emitidos no mercado americano.

BRF e Cutrale seguem o mesmo caminho, buscando no exterior melhores condições para viabilizar seus projetos de expansão e consolidar sua presença internacional.

Crédito externo fortalece estratégia de crescimento e reduz riscos

Bravo destaca que o crédito internacional permite às empresas brasileiras fortalecerem suas estratégias de crescimento e internacionalização, ao acessar recursos mais baratos e prazos de pagamento mais longos. Isso proporciona não apenas maior competitividade, mas também mais resiliência e capacidade de adaptação em um mercado global em constante transformação.

“O Brasil precisa reconhecer a importância dessa ferramenta. Ela é essencial para empresas que desejam protagonismo no cenário internacional”, defende o consultor.

Caso JBS: expansão global viabilizada por financiamento externo

Um dos exemplos mais emblemáticos do uso bem-sucedido de crédito internacional é o da JBS. Em 2017, a empresa emitiu US$ 1,25 bilhão em bônus para financiar a aquisição da americana Tyson Foods. A operação impulsionou em cerca de 15% as atividades internacionais da companhia, especialmente nos mercados dos Estados Unidos e Europa.

Bravo ressalta que, sem esse tipo de suporte financeiro, muitas empresas não teriam condições de competir globalmente. “O impacto do crédito externo no crescimento é significativo. Ele possibilita aquisições estratégicas e entrada em novos mercados, o que seria inviável com os custos praticados internamente”, afirma.

Com custos menores, prazos mais longos e maior flexibilidade, o crédito internacional surge como uma ferramenta estratégica para produtores rurais e grandes empresas do agronegócio que buscam expansão e competitividade. Apesar de ainda pouco explorado entre pequenos e médios produtores, esse modelo pode ganhar força nos próximos anos, diante da necessidade crescente de alternativas ao financiamento tradicional.

Fonte: Portal do Agronegócio

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