Publicado em: 03/07/2014 às 19:00hs
A ideia começou a ganhar consistência há dois anos quando avaliou que o caminho poderia ser a criação de uma cooperativa.
Ele partiu, então, para a busca de informações e descobriu o modelo adotado na cidade de Capanema, no Oeste do Estado, no qual se inspirou para formar a Cooperativa da Agricultura Familiar Integrada de Bandeirantes, que hoje reúne 54 pequenos produtores do município.
Os associados já percebem diferenças entre fazer algo sozinhos ou em conjunto em torno de um objetivo comum. Como os melhores preços que conseguem tanto quando vendem seus produtos como quando compram insumos em função do volume negociado, mesmo sendo feitos individualmente.
Apesar das vantagens, isto não tem sido suficiente para manter o espírito cooperativista e mesmo trazer novos associados para o empreendimento. A maior dificuldade está em quebrar uma barreira cultural. Graziano explica que, ao contrário do que ocorre no Oeste do Paraná, o produtor do Norte Pioneiro ainda não tem o hábito do associativismo. Segundo ele, é difícil fazer até reunião da diretoria da cooperativa. "O produtor, antes de se associar, quer primeiro ver os resultados. Ele ainda não entendeu que juntos somos mais fortes", argumenta.
Alguns dos agricultores já estão inscritos no programa de merenda escolar do município, que prioriza a compra dos pequenos produtores, e querem aproveitar esta oportunidade, já que há incentivo oficial. Graziano destaca que o contrato entre a prefeitura e a cooperativa foi firmado um pouco tarde este ano, mas, mesmo assim, serão entregues cerca de R$ 180 mil em produtos até dezembro. Ele espera aumentar essa participação no ano que vem, pois mais produtores estão se organizando para serem incluídos no programa.
A produtora Lídia Batista Rodrigues faz parte da cooperativa. Sua família tem uma propriedade de pouco mais de 14 hectares, onde produzem frutas e hortaliças. Ela se orgulha em mostrar parte do que cultiva, como as belas folhas de couve.
Como a comercialização dos produtos é apontada como um dos principais problemas dos pequenos produtores, que chega até a causar desperdício de parte da produção, dona Lídia comemora que, com a cooperativa cuidando das vendas, os produtores terão mais tempo de cuidar de suas lavouras.
A dona Lídia afirma também que parte da colheita é perdida devido à aparência dos produtos, que nem sempre é compatível com as exigências do mercado consumidor. Mas ela aposta em outro projeto da cooperativa, a instalação de uma cozinha industrial para a produção de conservas e biscoitos, entre outros produtos.
A cozinha, que já está prometida, depende da liberação de recursos por parte do governo federal para que o sonho dos produtores se torne realidade. Com o melhor aproveitamento da produção, os cooperados esperam melhorar a renda familiar. A cozinha será repassada à cooperativa em sistema de comodato.
A Cooperativa da Agricultura Familiar Integrada de Bandeirantes faz parte de uma central de cooperativa familiar com sede em Capanema (Oeste), que congrega outros empreendimentos do gênero no Estado.
Fonte: Folha Web
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